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Negócios devem cair pela 1ª vez desde 2002

Pela primeira vez desde 2002, o número de fusões e aquisições realizadas no país deve registrar queda neste ano. A crise internacional, que enxugou a liquidez global e aumentou a aversão a risco, é a grande responsável pelo declínio das operações.
Segundo levantamento da empresa de auditoria e consultoria KPMG, de janeiro a dezembro, até ontem, foram realizadas 644 operações, contra 699 em todo o ano anterior, um recuo de 8%.
Como ainda devem acontecer algumas transações até o fim do ano, a queda consolidada deve ficar em torno de 6%, avalia Luís Motta, sócio da KPMG e responsável pela pesquisa.
A desaceleração os negócios aconteceu no quarto trimestre. Até setembro, o número de transações estava em linha com o do mesmo período de 2007.
Para Motta, a crise gerou três principais efeitos no último trimestre do ano, diminuindo as operações. O primeiro foi a menor participação das empresas estrangeiras nas fusões e aquisições no Brasil. “Elas já vinham participando menos, o que se acentuou no fim do ano.” As aquisições de empresas no país por estrangeiras caiu 37% no acumulado de 2008.
Outro efeito foi a redução do processo de internacionalização das companhias brasileiras. Falta dinheiro no mercado para financiar a compra de ativos. De 55 operações do tipo realizadas neste ano, apenas oito se concretizaram neste último trimestre.
O terceiro reflexo da crise foi o aumento do risco, por causa da desaceleração econômica. Está muito difícil traçar cenários e atribuir valor às empresas, dificultando a concretização de negócios.
De acordo com a pesquisa, 121 fusões e aquisições aconteceram no quarto trimestre, contra 170 no mesmo período de 2007.
Na avaliação do sócio da KPMG, o ritmo menor de operações deve se manter no primeiro trimestre de 2009. “É natural que as empresas, nacionais e estrangeiras, queiram preservar o caixa e adiar os planos de expansão enquanto esperam dados mais claros sobre a extensão da crise”, afirmou. “Apenas a partir do segundo trimestre as companhias devem começar a reavaliar as estratégias de fusões e aquisições”, complementa.
Ele acredita, porém, que devem se manter as transações “geradas” pela instabilidade financeira. São, por exemplo, as compras de empresas com problemas de liquidez por outras em melhores condições financeiras. “Quem tem dinheiro agora pode comprar mais barato”, destaca. Esse movimento já aconteceu, por exemplo, entre os bancos americanos e entre as empresas de construção no Brasil.
Neste ano, o setor de tecnologia da informação liderou o ranking de operações, com 72 negócios, seguido por alimentos (54), educação (52) e construção (39). Também houve movimento acentuado nos segmentos de publicidade, mineração e seguros, com 26, 26 e 25 transações, respectivamente.

Fonte: Valor

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