Não tem como custar barato
Artigo de Antonio Penteado Mendonça, no Estadão, faz um relação da violência crescente no Brasil com o valor dos seguros e sua importância. De acordo com o autor, não bastasse o governo aumentar o IOF das operações de seguros, a carga tributária nacional ser extorsiva e não haver a possibilidade de se descontar o gasto com os prêmios de apólices do Imposto de Renda, a violência encarece as apólices. Mendonça salienta que a proposta do artigo não é discutir as causas da violência, mas apontar seus efeitos dramáticos para a sociedade e salientar o aspecto financeiro envolvido nela. No campo econômico, o drama atinge a mesma gravidade. Boa parte destas mortes é resultante de eventos com conseqüências mais amplas que fazem outras vítimas, aleijando, mutilando ou reduzindo a capacidade motora e para o trabalho de centenas de milhares de outros seres humanos. No campo da iniciativa privada, a situação não é melhor. Um milhão de mortos quer dizer o agravamento de todas as tábuas de mortalidade e conseqüentemente o aumento do preço dos seguros de vida. Afeta os seguros de acidentes pessoais, tanto pelas indenizações por morte acidental, como pelas indenizações por invalidez por acidente. Encarece os planos de saúde privados em função do atendimento das vítimas. Quem paga esta conta é a sociedade brasileira. E dentro dela, a maior parte vai para os menos favorecidos, diz o autor.
Fonte: O Estado de São Paulo