Música cresce no Brasil, mas consumidor continua arisco
Depois de três anos consecutivos de queda, a indústria da música deu um suspiro de alívio no Brasil no ano passado, com um crescimento de 6,5%, de acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD). É uma boa notícia, ainda mais quando comparado com o desempenho do setor no mundo, que caiu 8%, puxado pelos Estados Unidos, onde as vendas despencaram 19%, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês).
Mas o crescimento no Brasil não é reflexo de algum interesse renovado dos fãs de música, concordam os executivos das principais gravadoras do país. “O resultado está vinculado a muitos fatores de mercado e não a uma resposta do consumidor”, afirma Vera Vaz, diretora financeira da Warner Music no Brasil.
Os fatores incluem desde a migração da pirataria – cujo foco está se deslocando da música para os filmes -, até um certo efeito da crise econômica, que levou o público a priorizar os CDs nas compras de Natal, por causa de seu preço, bem mais acessível que o de produtos eletrônicos, como o celular e as máquinas fotográficas.
Não é só isso. Cooperou para a retomada o chamado “fator positivo EMI”. A gravadora mais antiga do mundo é apontada como uma das principais responsáveis pelo crescimento do mercado fonográfico em 2008, ao apresentar um incremento de 50% das vendas no país durante o período.
Fonte: Valor