Muitas empresas ainda não cumprem normas
O setor de transporte terrestre foi o que menos se adaptou às novas regras do call center. Apenas pouco mais de 30% das empresas adotou as mudanças exigidas pelo Ministério da Justiça e órgãos de defesa do consumidor. Em segundo lugar está a telefonia fixa com 70% de adequação às normas que entraram em vigor ontem.
Os dados foram obtidos através de um sistema criado pelo ministério para verificar se as empresas realmente adequaram-se às regras. Esse monitoramento foi apelidado de barômetro e apresenta informações de empresas de 14 estados do País. A coleta de dados foi feita pela Fundação Procon, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, de cada estado.
Pelas novas regras, o consumidor deve ser atendido em até 1 minuto. Reclamações, cancelamento e falar com o atendente são opções obrigatórias para os sistemas de atendimento eletrônico. As reclamações devem ser resolvidas em até cinco dias, o cancelamento de serviços tem de ser imediato e o serviço deve estar disponível 24 horas.
A nova regulamentação vale para empresas de telefonia, energia elétrica, televisão por assinatura, planos de saúde, aviação civil, transporte coletivo, bancos e cartões de crédito. As empresas que não cumprirem as regras poderão ser multadas entre R$ 200 e R$ 3 milhões.
No setor de transportes terrestres, que teve o pior desempenho segundo o barômetro, aproximadamente 55% das empresas informaram que não se adequaram e 15% não responderam ao questionário. Na telefonia fixa, pouco mais de 20% informaram ainda não terem se adaptado às normas e 10% não responderam ao questionário. A Brasil Telecom foi a que menos se adaptou às novas regras, apenas 40%. Enquanto a GVT alcançou mais de 95% de conformidade.
Os call centers dos bancos foram os que mais se adequaram às novas regras: 85% deles já colocaram em prática às normas exigidas. Seguidos pelas financeiras e o setor de telefonia móvel.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, acredita que esses números já devem ter mudado. Segundo ele, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informou que está totalmente adequada às normas.
O ministro afirmou também que as novas regras aumentarão a competitividade entre as empresas. “Essas regras serão um diferencial de competitividade entre as empresas. Esse diferencial competitivo é o ideal de um sistema regulatório. É uma norma que obriga as empresas a prestarem um serviço de qualidade”, concluiu.
Fonte: Gazeta Mercantil