Missão brasileira visita países asiáticos
Seguradores brasileiros participaram, este mês, de uma missão na República da Índia e na República Popular da China. Na Índia, a programação incluiu visitas a companhias e entidades do setor, visando ao estreitamento de relações e o intercâmbio de informações e experiências. Na China, o motivo foi a participação na 13ª Conferência Anual da Associação Internacional de Supervisores de Seguros – IAIS, entidade criada em 1944 e que reúne hoje cerca de 180 autoridades supervisores de seguros de mais de 130 países. A Susep passou a fazer parte da sua composição em 1996 e a Fenaseg em 2002 como membro observador.
O roteiro de visitações na Índia teve duração de três dias, de 11 a 13 de outubro, e incluiu três das 28 companhias de seguros, o órgão regulador de seguros e a Embaixada Brasileira, quando foram feitas apresentações sobre o funcionamento do mercado segurador e ressegurador do Brasil.
Inserido numa economia que surpreende o mundo por sua capacidade de competição, principalmente em áreas como a de serviços de tecnologia da informação, que vem alavancando investimentos externos, o setor de seguros indiano também se desenvolve a passos largos, atraindo igualmente o capital de outros países.
Na Life Insurance Corporation of India (LIC), empresa 100% estatal, a missão brasileira foi recebida pelos diretores da empresa, que fizeram um breve relato das características do mercado de seguro de vida na Índia. A LIC lidera esse ramo, com uma participação de 78,85%, sendo o restante operado por 15 seguradoras privadas. A companhia tem cerca de 110 mil funcionários e 180 milhões de clientes. No ano passado, ela pagou cerca de 42.000 sinistros por dia (1 sinistro a cada 2 segundos).
Outra seguradora visitada foi a The Oriental Insurance Company, uma das maiories nos seguros de ramos elementares (non life), com 21% de participação. Fundada em 1947, mesmo ano da independência da Índia, a empresa foi estatizada em 1973. Seus dirigentes também fizeram uma apresentação sobre o mercado indiano, que ainda tem suas tarifas controladas pelo órgão regulador, especificamente nos ramos auto, incêndio e engenharia, ramos estes que representam 70% do segmento dos ramos elementares.
Informações mais detalhadas sobre o perfil dos seguros de ramos elementares (non life) foram a tônica do encontro da delegação brasileira com os executivos da estatal National Insurance Company Limited (NICL). Conforme foi destacado, o mercado indiano está apostando no desenvolvimento dos novos produtos designados de “microinsurance”, conhecidos no Brasil como seguros populares, que lá também ganharam regulamentação específica em 2005. A National detém cerca de 18% desses ramos, sendo que 45% de sua carteira de seguros é do ramo auto. Na linha de microinsurance, a empresa desenvolveu produtos para residência e saúde, além de comercializar também seguros de vida e de acidentes pessoais.
A reunião no Insurance Regulatory and Development Authority – IRDA, órgão responsável pela regulação e fiscalização do setor de seguros na Índia, foi conduzida por membros do conselho diretivo, diretores executivos e consultores das diversas áreas técnicas do órgão regulador. Eles fizeram uma explanação bastante abrangente, abordando desde o papel e estrutura do órgão regulador, o mercado segurador indiano, com suas características, estrutura regulatória e perspectivas, até as operações de resseguro. Segundo o relato, existe, no país, a cessão obrigatória de 20% de todas as apólices de seguros de ramos elementares para o único ressegurador estatal.
A delegação brasileira participou ainda de uma audiência com representante da Embaixada do Brasil na Índia. Na ocasião, o Conselheiro Econômico-Comercial da Embaixada, Sr. Luis Antonio Balduino, fez uma exposição sobe a situação sócio-econômica da Índia, suas relações comerciais com o Brasil e a presença deste no país asiático.
De lá, a missão seguiu para a China, onde participou, de 18 a 21, da Conferência da IAIS, que apresentou palestras de representantes dos EUA, Austrália, Bélgica, Canadá, Grã-Bretanha, Polônia, Jordânia, Japão e Índia, em torno do tema central “Fomentando o Desenvolvimento e Administrando Riscos – Desafios para a Supervisão de Seguros”.
Integraram a missão brasileira os seguintes componentes: Carlos Alberto Lenz César Protasio (presidente da Associação Brasileira de Corretoras de Resseguro – ABECOR Re), Fernando Rodrigues Mota (vice-presidente do Conselho de Administração da Mongeral Seguros e Previdência), João Elisio Ferraz de Campos (presidente do Conselho de Administração da Centauro Vida e Previdência), João Gilberto Possiede (presidente da J. Malucelli Seguradora), José Ismar Alves Tôrres (membro dos Conselhos de Administração da Aliança do Brasil, Brasilcap e Brasilveículos), Luiz Carlos Trabuco Cappi (presidente do Grupo Bradesco Seguros), Múcio Novaes de Albuquerque Cavalcanti (vice-presidente da Cia. Excelsior de Seguros), Nilton Molina (presidente do Conselho de Administração da Mongeral Seguros e Previdência), Paulo Miguel Marraccini (presidente do Conselho de Administração da AGF Brasil Seguros), Renato Campos Martins Filho (diretor executivo da Funenseg) e Ricardo de Sá Acatauassú Xavier (diretor de Automóvel e Assuntos Institucionais da Fenaseg).
Fonte: Assessoria de Comunicação da Fenaseg
Fonte: Escola Nacional de Seguros