Ministra do Planejamento fiscaliza pessoalmente entraves do PAC no Nordeste
Miriam Belchior percorreu três Estados em 18 horas e constatou problemas na execuçãoResponsável pela coordenação das obras prioritárias do governo federal, o chamado PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, passou 18 horas de seu dia fiscalizando in loco os entraves das rodovias BR-408 e BR-101 em Pernambuco, Alagoas e Sergipe.A presidente Dilma Rousseff, que na próxima semana pretende visitar o canteiro da ferrovia Norte-Sul, determinou o “road show” de Miriam com o objetivo de fazer um diagnóstico mais claro sobre o atraso. E, claro, pressionar empresários a tocar as obras com mais rapidez.- Algumas coisas precisam ser empurradas. A gente consegue identificar uma série de problemas, nada como vir para ver, de forma concreta, na ponta, como as obras estão andando bastante bem, identificando os problemas naturais e mobilizando as equipes.A execução das obras passou a ser uma necessidade, como forma de garantir que a economia brasileira vai crescer neste ano mais do que os 2,7% de expansão do ano passado. Em 2010, por exemplo, a economia cresceu 7,5%, mas por falta de investimentos ao longo dos anos o ritmo pressionou a inflação. – O andamento das obras está bom, mas queremos acelerar, porque isso é importante para a economia crescer. É mais uma obsessão da presidente: fazer investimentos neste ano e acelerar a economia. PAC2Segundo o IBGE, a taxa de investimentos, que aumenta a capacidade produtiva e reduz pressões inflacionárias, caiu de 19,5% do PIB, em 2010, para 19,3%, no ano passado. Parte disso tem relação com o aperto de gastos promovido por Dilma, que afetou o desempenho das obras do PAC2. Segundo o balanço do programa, divulgado na quarta-feira (7), o governo federal deixou de gastar 31% dos recursos previstos no Orçamento para o PAC2. Foram desembolsados R$ 28 bilhões. No entanto, dois terços desse valor eram dinheiro de Orçamentos anteriores a 2011, que não chegaram a ser gastos, os chamados restos a pagar. No primeiro ano do PAC2, elaborado por Dilma quando era ministra-chefe da Casa Civil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram investidos um total de R$ 204,4 bilhões. Outra ressalva: esse valor inclui R$ 75,1 bilhões de financiamentos imobiliários, o que melhora a vida da população, mas não ajuda a indústria brasileira a se tornar mais competitiva no cenário global, outra “obsessão” da presidente. Miriam, que viajou em companhia de secretários de sua pasta e do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, ouviu empreiteiros reclamando de gastos acima do previsto. Segundo a ministra, o governo já começou a negociar com o TCU (Tribunal de Contas da União) os novos valores. Outro problema identificado pela equipe foi a remoção de índios que vivem em áreas próximas às obras e querem resolver a desapropriação.
Fonte: segurogarantia.com.br