Mercado financeiro estima inflação abaixo de 6% em 2022
Os economistas do mercado financeiro reduziram de 6% para 5,88% a estimativa de inflação para este ano. A informação consta do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central.
Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada.
Esta foi a 13ª terceira seguida da estimativa do mercado financeiro para a inflação deste ano. Também é a primeira vez desde março deste ano que a previsão fica abaixo de 6%.
Inflação
A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%.
No entanto, o Banco Central já admitiu que vai estourar o teto da meta, assim como aconteceu em 2021. Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores.
Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento. Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic.
Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos. Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 passou de 5,01% para 5%.
ICMS sobre itens essenciais
A nova redução da estimativa de inflação em 2022 coincide com o corte de impostos sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica.
Esses produtos por si só já impactam a inflação. Além disso, influenciam indiretamente os preços de outros itens. Por exemplo, se o preço do diesel aumenta, o transporte de um determinado produto fica mais caro.
O dono da loja que revende esse produto, então, repassa o aumento para o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo mesmo item. A diminuição dos impostos, em ano eleitoral, foi uma estratégia adotada pelo governo e pelo Congresso.
Além da redução de tributos, a forte desaceleração do nível de atividade mundial também tem contribuído para a queda da inflação ao impactar para baixo os preços das “commodities” (produtos básicos com cotação internacional, como petróleo e alimentos).
Fonte: NULL