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Mercado de seguros deve dobrar com novas regras do resseguro

O mercado de seguros brasileiros deve dobrar nos próximos três anos, segundo a estimativa da Standard & Poor´s, uma das maiores agências de avaliação de riscos em um estudo sobre o setor no país.
A abertura do mercado de resseguro e as novas regras de solvência estão entre as novas medidas que vão fazer o setor crescer. Há uma certa euforia das empresas que já estão no setor com as perspectivas de crescimento mas o Estado está muito timido na condução de uma politica de atração de grupos do exterior para o resseguro e no incentivo a que outros empreendedores do país entrem nesta atividade, aumentando a competição e a oferta de novos produtos aos consumidores.
O Brasil tem hoje um nú-mero pequeno de empresas seguradoras: 120. 0 mercado é muito concentrado e a maioria das empresas está nas mãos de grandes grupos financeiros. O Brasil deixou de ter, como no passado, grande grupos seguradores independentes.
A quebra do monopólio do resseguro nas mãos do Instituto Brasileiro de Resseguros é uma das causas da grande euforia. O governo do Rio de Janeiro, inclusive, se mobilizou para criar no estado uma grande concentração de empresas internacionais de resseguro. Na área federal é pequena a mobilização para atrair grupos internacionais para esta nova atividade e para incentivar a competição no setor.
O governo brasileiro só abriu o setor devido a pressão dos países mais ricos, que condicionaram essa decisão à realização de uma abertura maior de seus mercados para produtos agricolas do Brasil.
A retomada da negociação do acordo de Doha, que prevê a redução dos subsídios dos países ricos aos seus produtos agrícolas, por exemplo, só será possível porque o país concordou em abrir o mercado de resseguro que estava sob o domínio da União.
O Ministério da Fazenda tomou a decisão de quebrar o monopólio com o apoio do Congresso mas ainda não assimilou o golpe. Por isso está fazendo corpo mole em ampliar a sua atenção para conduzir esta atividade ao seu momento de explosão de crescimento. O governo não encaixou bem ainda a implosão do Instituto de Res-seguros do Brasil. A Federação Nacional das Empresas de Seguros também não tem muito interesse em quebrar a concentração mas sem competição o mercado não cresce.
O mercado de seguros e resseguros do Brasil está vivendo uma grande euforia, o que não se vê nr Europa e nos Estados Unidos, ande o setor está bem consolidado e já cresceu tudo o que podia. No Brasil existe ainda muito espaço e a quebra do monopólio gerou o clima que os empresários precisavam.
O setor de seguros vem crescendo, no Brasil, nos últimos dez anos, a uma taxa anual de 15%. Mas saiu de um patamar muito pequeno. Hoje, o setor representa 2,6% do PIB, o que o deixa muito longe dos Estados Unidos (13%), Alemanha (8%), França (7%) e Espanha (6%). Por aí se vê o seu potencial para dobrar de tamanho em três anos.
O Brasil tem hoje apenas 120 seguradoras. As dez maiores empresas do setor respondem por 80% do mercado segurador brasileiro, o que o torna muito concentrado. E por isso, que o mercado está tão pouco inexplorado. O Brasil precisa ter mais empresas e que operem mais em áreas de maior risco, como vida, patrimonial, saúde e automóveis. Nos Estados Unidos, hoje, existem mais de 700 seguradoras
0 mercado brasileiro é o maior da América Latina mas é ainda muito pequeno em relaça ao seu potencial. A liberação do resseguro, por exemplo, deve crescer o faturamento dos atuais US$ 1,4 bilhão por ano para mais de US$ 2,5 bilhões no próximo ano. Isto vai significar também mais impostos e mais empregos.
0 desafio, portanto, é aumentar o número de empresas no setor de seguros e resseguros e de novos produtos. O secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, acha que o estado tem condições de concentrar o setor e vai oferecer incentivos para que as empresas estrangeiras ocupem a área do resseguro. Ele quer criar, inclusive, uma área para ser a Cidade do Seguro. Mas o de-safio para a expansão do setor é maior do que o Rio de Janeiro. E preciso que o governo federal também se en-volva com esta operação e não perca a oportunidade.

Fonte: Jornal do Brasil

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