Mercado de SegurosNotícias

Mercado de seguro pode triplicar na região

São Paulo, 7 de Abril de 2008 – Seja qual for o quadro de referência que o Brasil estiver incluído, América Latina ou Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é importante para o mercado de seguros internacional. Partindo dessa premissa, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente da Bradesco Seguros e Previdência, conduziu sua apresentação durante o 11º MIT Sloan Latin Conference. O executivo demonstrou sua tese com base nos dados econômicos, sociais e da indústria de seguros do Brasil, da América Latina e do Bric.
A América Latina representa 13% da população mundial e 5,2% do PIB. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da América Latina é um dos indicadores para a possibilidade de crescimento das vendas de seguros. Em 1995, o IDH era de 0,755 e 10 anos depois passou para 0,797. O seguro, por sua vez, representa apenas 1,5% das vendas mundiais. As estatísticas mostram que quanto maior o IDH de um país maior a participação de seguro no PIB.
Quando o seguro chega às populações carentes melhora a manutenção social, em função da proteção financeira e patrimonial. “Estabilidade econômica e desenvolvimento social, aliados com uma baixa penetração de seguros, resultam em um imenso mercado a ser explorado. Podemos triplicar de tamanho para estar compatível com o PIB”, disse.
No Brasil, a indústria de seguros movimentou prêmios de US$ 55 bilhões, o que representou 4,59% no PIB, informou Trabuco. Mas há grandes desafios para triplicar de tamanho. Aumentar a base consumidora de seguros com coberturas adequadas e preços acessíveis para as classes C, D e E, que representam 80% da população, é o principal foco.
Ele citou vários exemplos. O primeiro foi o automóvel. Da frota de veículos nacional de 49,6 milhões, apenas 8,5 milhões contam com seguro, um índice de 17%. Das 5,7 milhões de empresas existentes no País, apenas 641 mil contam com seguro, cerca de 11,2%. Dos 54,7 milhões de domicílios cadastrados no Brasil, 7,6 milhões (ou 14%) contam com uma apólice de seguro para danos físicos.
Em saúde, Trabuco informou que as operadoras privadas contam com 39,7 milhões de clientes, 20,6% da população de 191,8 milhões. Já das 5,7 milhões de empresas, 7,1% ou 400 mil têm um plano de saúde para seus funcionários. “Temos um grande potencial em apólices individuais, mas falta uma regulamentação adequada para operar esta carteira”, informou.
Além do potencial da indústria de seguro na venda de riscos patrimoniais e de saúde, Trabuco ressaltou o segmento de previdência privada. Em 1991, tínhamos 16 idosos para 100 crianças. Em 2000, esse número passou para 30. Nos próximos 20 anos, a população com 60 anos ou mais deve atingir 30 milhões, representando 13% da população brasileira. Temos de amadurecer o nosso sistema enquanto somos um País jovem. Quando envelhecermos, a maior parte do orçamento vai ser usada para cuidar do idoso, tirando recursos da educação. Por isso a reforma da previdência não pode ser mais adiada”, reforçou.
Todos esses dados, têm um impacto direto no mercado de seguros. “O grande desafio é a criação de produtos, redução dos custos de comercialização e desenvolvimento de canais de distribuição de baixo custos”, concluiu Trabuco.
(Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 5)(Denise Bueno)

Fonte: Gazeta Mercantil

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?