Mercado de seguro para baixa renda e MEI mais do que dobra no país
Os seguros inclusivos com prestações mais baixas e cobertura customizada cresceram 165% na arrecadação nos últimos cinco anos, ganhando impulso principalmente a partir do novo marco regulatório de 2021, que tirou travas e conferiu maior flexibilidade aos produtos. Há opções com valores mensais a partir de R$ 5, voltadas principalmente para baixa renda e microempreendedores individuais (MEIs).
Os produtos cobrem desde os custos de funeral até a quitação de dívidas em caso de desemprego. Outra característica é a vigência mensal, comum em muitos desses seguros. O consumidor paga por mês pela prevenção.
Caso desista, pode interromper pagamentos sem ônus e encerrar o contrato. Com mais de 1 milhão de clientes ativos, a Axa Seguradora oferece um seguro de vida de R$ 9,90 ao mês, com indenização de R$ 6 mil em caso de doença grave, além de coberturas para morte e invalidez.
O segurado ainda pode usar serviço de telemedicina o qual funciona 24 horas por dia , evitando recorrer ao SUS com frequência.
Já o seguro residencial, que cobre incêndio, queda de raio e explosão, sai por R$ 14,90 mensais. O seguro para baixa renda é importante porque, em caso de contratempo, esse público demoraria muito para juntar o valor pago de indenização, ou teria que se endividar para resolver o problema defende Patrícia Soeiro, superintendente de Vida e Parcerias da Axa Seguros.
Com dois salários-mínimos de renda, a aposentada Ana Angélica Gonçalves, de 63 anos, possui seguro residencial, pelo qual paga parcelas que somam R$ 180 no ano. Explode uma panela, pega fogo na fiação, e a gente fica sem o nosso bem maior que é a residência. Quantos anos vou levar para reconstruir isso? É o trabalho de uma vida! diz.
Ana ainda contratou uma proteção funeral com cobertura de R$5 mil, pela qual paga R$ 5 mensais descontados no cartão de crédito, com o objetivo de evitar que a família tenha que fazer vaquinha para ela ter um enterro digno.
O aposentado Armando Carvalho, de 72 anos, também se preocupou com isso e resolveu fazer uma apólice para a família inteira, pagando cerca de R$ 80 para seis pessoas. Além das despesas do velório, o beneficiário recebe R$ 3 mil em caso de morte natural e R$ 30 mil, em caso de morte acidental conta.
Cultura da prevenção
Para conscientizar a população sobre a importância da prevenção, a Confederação Nacional de Seguros (CNSeg) tem feito parcerias com entidades que fomentam a educação e a inclusão financeira.
A indústria do seguro, que arrecadou R$ 618,7 bilhões em 2022, tem a meta de alcançar o equivalente a 10% do PIB (R$ 1,13 trilhão) em arrecadação e aumentar em 20% a parcela de população atendida até 2030.
Para o Superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, ampliar o acesso ao seguro é mais do que uma questão econômica. É um projeto de país mais justo e produtivo’.
O presidente da Caixa Seguridade, Felipe Montenegro Mattos, destaca o papel social dos seguros e assistências. Através do Caixa Tem, diz, a empresa conseguiu acelerar as vendas para um grupo que não costuma ter a cultura da prevenção.
Mas, apesar de toda a conveniência do digital, a maioria das apólices ainda é feita nas agências da Caixa, onde o público-alvo se sente mais seguro por ter contato com funcionários para tirar dúvidas. Se a pessoa consegue usufruir de um produto que traz mais qualidade de vida, se transforma em uma cliente assídua e fiel para outros produtos também acredita.
Com valores a partir de R$ 18,90, a Caixa Seguridade tem produtos que oferecem não só coberturas por morte, mas benefícios como descontos de até 80% em farmácias e cestas básicas por até três meses.
A empresa prepara o lançamento do Rapidex MEI, com custo em torno de R$ 50, que inclui guincho e troca de pneu para moto; serviços de encanador, eletricista e chaveiro para empresas que funcionam em casa; e assistência tecnológica e orientação financeira.
Na Zurich, micro, pequenas e médias empresas têm a opção de contratar o seguro prestamista, produto disseminado entre pessoas físicas. Podem ser garantidos por meio desse seguro empréstimos adquiridos, financiamento de bens, saldo de cartões de crédito ou limite de contas-correntes explica Luis Reis, Diretor Executivo de Parcerias da Seguradora Zurich.
Já o Itaú oferece Renda Protegida, a partir de R$ 50 mensais, focado em profissionais autônomos. Com ele, o cliente recebe um valor equivalente à remuneração média, em caso de acidentes ou doenças que o impeçam de trabalhar.
Foi um seguro como esse que o personal trainer Igor Falcão, de 37 anos, contratou no início do ano. A decisão ocorreu depois de um susto. Em 2018, quebrou o pé jogando futebol com amigos e ficou afastado de suas atividades por quatro meses.
Nesse tempo, viu a renda despencar e parou de jogar por anos: Agora, eu voltei a jogar futebol três vezes na semana. Pelos preços mais baratos para o cliente e pelo alto custo operacional para as empresas, a disseminação dessa modalidade de seguro, porém, é um desafio.
Do ponto de vista dos corretores, é mais vantajoso financeiramente vender produtos mais caros, como seguros de carro. Já sob a ótica das empresas, o negócio só vale a pena a partir de um volume expressivo de apólices. Por isso, elas apostam na diversificação dos canais de distribuição para ampliar contratações.
O presidente da associação de microsseguros, Edson Calheiros, conta que apólices coletivas feitas por entidades, como sindicatos e associações, são uma saída. As seguradoras têm tentado ampliar a presença nas redes sociais para chegar ao consumidor individual. Conseguimos distribuir o seguro pelo celular. Basta mandar o link pelo WhatsApp, e a pessoa faz a compra sozinha. Hoje, grande parte da população economicamente ativa tem um smartphone diz.
Outra maneira encontrada pelas seguradoras para alcançar consumidores é por meio de parceiros comerciais, como varejistas. Os clientes são apresentados aos produtos em lojas de eletrodomésticos ou de departamentos e, se resolverem aderir, passam a ter as parcelas descontadas diretamente do cartão da loja.
Para economizar, ligue o aparelho apenas quando for dormir e desligue logo ao acordar. Uma opção é usar a função sleep, disponível em alguns modelos.
Outro cuidado é manter o ar-condicionado em temperatura adequada. Especialistas recomendam 23ºC. Não é preciso colocar temperatura muito baixa, para não gastar muita energia.
No mercado, há opções de produtos para todos os bolsos. Focado nas classes C, D e E, a ALM oferece seguros de vida de R$ 6 a R$ 80. Segundo o CEO da Seguradora ALM, Alexandre Dominguez, algumas apólices para caso de desemprego incluem auxílio-alimentação e auxílio-moradia.
No Itaú, o seguro cartão protegido, de R$ 9,90 ao mês, oferece ressarcimento de itens pessoais dentro da bolsa, em caso de roubo ou furto carteira, relógio, smartphone, óculos de sol ou de grau, cosméticos, notebook, tablet, kindle, carteira de trabalho, passaporte e chave de carro. A XP tem produto semelhante, direcionado a clientes.
Os pagamentos, de R$14,90 ou de 28,90 mensais, garantem reembolso de até R$ 15 mil. O C6 oferece o Tag Rodovia, de R$ 10 mensais. O seguro dá assistência 24h de guincho para remoção de carro por até 400 km e cobertura de até R$ 5 mil para despesas com reparos decorrentes de acidentes em rodovias com pedágio, sendo R$ 2,5 mil para carro próprio e R$ 2,5 mil para carro de terceiros.
Fonte: NULL