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Mercado cresce e descobre novos novos públicos

Enquanto a economia brasileira cresceu 6% no primeiro semestre deste ano, a expansão do setor de seguros no período foi de 19,26%. Com o objetivo de elevar seus ganhos, corretoras e seguradoras aproveitam o consumo aquecido e o fortalecimento da renda no País para diversificar a oferta de coberturas, vender mais apólices e atrair novos clientes, muitos que nunca tiveram a oportunidade de adquirir um produto de seguro – caso das classes D e E -, são agora público-alvo das companhias por meio de canais de venda alternativos.
Em valores correntes até junho, o Produto Interno Bruto acumula R$ 1,382 trilhão e o mercado segurador, R$ 32,767 bilhões, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). A participação do setor de 0,42% no PIB deverá crescer acima da média nos próximos anos, acredita Maria Celeste Parra, superintendente de marketing da Chubb Seguros. Para ela, a cultura do seguro no Brasil se fortalece. “Ainda estamos longe dos países avançados em termos de consciência da necessidade de seguros, mesmo assim o consumidor brasileiro está cada vez mais consciente não só da contratação do seguro, mas dos direitos que tem. O consumidor está mais exigente também, e isso força as corretoras e seguradoras a elevarem os seus padrões”, analisa Parra.
Apólices
O segmento pessoas puxou o desempenho do mercado segurador brasileiro. As vendas de apólices, entre elas de seguro de vida e planos de previdência privada, chegaram a R$ 17,193 bilhões de janeiro a junho de 2008, alta de 24,93% em comparação com o mesmo período do ano passado. Especialistas atribuem o desempenho ao fortalecimento da renda do brasileiro.
O avanço do crédito permitiu que a performance das linhas de seguros de automóveis e patrimonial registrassem elevação de 15,11% e 9,45%, respectivamente. Até junho, foram vendidos R$ 10,045 bilhões em contratos de seguro para veículos. As apólices que cobrem riscos patrimoniais, por exemplo o seguro residencial, renderam R$ 3,069 bilhões.
“É um excelente número, se levarmos em consideração que o brasileiro não tem uma cultura assídua de proteger sua casa. O cenário está mudando graças a dois fatores muito importantes: o trabalho de conscientização realizado por empresas do setor, desmistificando a falsa idéia de que as apólices residenciais são mais caras do que os seguros para automóveis e também o excelente momento que vive o setor imobiliário no País”, comenta Rogério Alves, vice-presidente da AON Affinity. O executivo justifica, apresentando os números do mercado: “O prêmio de um seguro residencial básico pode custar, em média, 0,2% dos valores segurados, ao contrário do seguro de automóvel, que varia de 5% a 10% do valor do veículo segurado pelo consumidor “.
O microsseguro é outro nicho com forte potencial de crescimento, principalmente para abastecer a crescente demanda das classes D e E. Segundo o consultor Bruno Kelly, da Correcta Seguros, as empresas têm “muito espaço” para trabalhar nesse segmento. “A situação é favorável, as famílias de baixa renda são as que mais têm ganho de poder de compra e têm apresentado uma folga maior no orçamento doméstico, razão pela qual o mercado está começando a acordar para o microsseguro. É uma oportunidade única de vender produtos em massa com valores de cobertura mais baixos, aliando preço acessível ao segurado e custo menor para as seguradoras”, explica.
Crise
Para o presidente do IRB-Brasil Resseguros,Eduardo Nakao, a recente crise nos mercados financeiros internacionais não abalará o setor porque as empresas que atuam no País têm garantias, em grande parte, lastreadas em ativos brasileiros, com baixa exposição às turbulências no resto do mundo. As regras, diz Nakao, valem tanto para o segmento tradicional de seguros como para as operações de resseguros, que tratam de grandes riscos.
“Ao não interferir na ocorrência de sinistros no território nacional, a crise financeira internacional não afeta diretamente nem o mercado securitário nem o ressecuritário”. Para o executivo, seguradoras e resseguradores trabalham com provisões apuradas. “Os critérios atuariais são reconhecidos, aceitos pelo mercado e, geralmente, bastante conservadores. Essas provisões representam a expectativa de indenizações para pagamento de sinistros para os riscos assumidos”, diz.

Fonte: Gazeta Mercantil

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