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Melhora das políticas de gestão dos ativos e passivos

A Fitch Ratings elevou os IDRs (Issuer Default ratings – Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) em Moeda Estrangeira e Local da SulAmérica S.A. (Sasa), empresa holding que controla as atividades do grupo segurador Sul América Seguros (SAS), para “BB” de “BB-” (BB menos), e afirmou os IDRs de Curto Prazo em Moeda Estrangeira e Local “B”. Ao mesmo tempo, a agência elevou o rating das notas seniores da Sasa para “BB-” (BB menos) de “B+” e retirou o Rating de Recuperação “RR5” de suas notas seniores, uma vez que os ratings de recuperação não se aplicam à categoria “BB”. A Perspectiva dos IDRs permanece Estável.
Segundo a agência, estas ações de rating refletem a melhora das políticas de gestão dos ativos e passivos da Sasa, sobretudo no âmbito da empresa controladora, o que resultou em adequados índices de liquidez, reduzindo a dependência em relação à geração de caixa proporcionada por suas empresas operacionais.
Perfil da dívida
De acordo com a Fitch, a emissão de eurobônus pela Sasa, em fevereiro de 2007, no montante de US$ 200 milhões, e a abertura de capital (IPO) no quarto trimestre de 2007, que possibilitou a injeção de R$ 775 milhões, permitiram a melhora do perfil de vencimento da dívida, a redução do endividamento geral e a redução dos seus custos financeiros. A Sasa antecipou o pagamento de BRL325 milhões da dívida de curto prazo.
“Melhores resultados operacionais desde 2006 também ajudaram todas as empresas do grupo a aumentar o caixa, em especial a empresa holding, diminuindo substancialmente a alavancagem do grupo segurador. Influenciado pelo aumento do caixa e pela redução da dívida, o índice dívida líquida/patrimônio do grupo atingiu -25% no primeiro semestre de 2008, o que representa uma redução considerável em relação ao patamar de 53%, atingido em 2005. Na empresa holding, esse índice melhorou para -2% no período” analisa a agência.
Desempenho operacional
Também ressalta que o grupo segurador “registrou consistente fortalecimento do seu desempenho operacional, principalmente devido à melhora das políticas de subscrição e precificação adotadas a partir de 2004 e às tendências positivas do mercado local de seguros. Seus índices de sinistralidade e combinado , ajustados pelos efeitos não recorrentes relativos aos prêmios retroativos de saúde, melhoraram, passando de 76% e 102,5%, respectivamente, em 2005, para 71% e 99%, em junho de 2008.”
O estudo de avaliação mostra que o fortalecimento da liquidez das empresas holding e operacionais também se refletiu na lucratividade global da sua carteira de investimentos, que aumentou para 7% dos prêmios brutos, no primeiro semestre de 2008, comparado a apenas 2% em 2005. Esta tendência positiva dos resultados financeiros da empresa beneficiou os índices operacionais, que caíram para 92%, contra 100,5% em 2005.
Futuro
Para a Fitch, no futuro, o grupo espera fortalecer ainda mais a sua eficiência operacional através do aprimoramento de suas políticas de controle de custos . Em 2007, seus resultados foram impactados em R$ 40 milhões devido às despesas não recorrentes com o IPO.
O grupo ainda pretende manter práticas de subscrição que visem a proteger seu índice de sinistralidade de possíveis impactos de um cenário de maior inflação e de maior volatilidade nos resultados financeiros.
Até 2010, o grupo prevê índices de sinistralidade e combinado em queda, objetivo que a Fitch considera factível, embora altamente dependente de um ambiente operacional estável e de políticas de subscrição conservadoras.
Carteira de negócios
Segundo a Fitch, da mesma forma que outros participantes do mercado, a carteira de negócios do grupo está altamente concentrada nos ramos de auto e saúde, uma vez que a Sasa registrou forte expansão de seus negócios de saúde em grupo, compensando o menor grau de atividade no ramo de saúde individual, cuja venda de novas apólices foi suspensa em 2004.
Os índices de sinistralidade melhoraram na maioria das linhas de negócios, sendo que a forte expansão e o adequado controle sobre o custo médio dos sinistros foram fundamentais para a sustentação desta tendência. O grupo segurador vem ampliando paulatinamente seus acordos e canais de distribuição, contando com mais de 26 mil corretores ativos independentes, sendo que a parceria com o Banco do Brasil ainda é a associação mais relevante.
Para a agência, o SAS é um grupo segurador diversificado, com operações em todo o território brasileiro, especialmente focado em ramos de seguros de massa, como auto, saúde e vida. No segmento de seguros de automóveis, detinha 15% do total dos prêmios em dezembro de 2007, ocupando a segunda posição no ranking.
Em seguro-saúde, sua participação era de 39% dos prêmios na mesma data, também correspondendo à segunda maior parcela do mercado. É o terceiro maior grupo segurador brasileiro por receita total de seguros, previdência e capitalização, com participação total de mercado de 8% em 2007 (9% excluída a atividade de capitalização, na qual a Sasa não participa), e maior grupo segurador independente (não controlado por uma instituição financeira) segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Agência Nacional de Saúde (ANS).
Controle
A Sasa é, direta e indiretamente, controlada pelo Grupo ING (36%) e pela Sulasa Participações S.A. (18%), holding da Família Larragoiti. Sua composição societária inclui ainda uma participação de 9% de acionistas minoritários, e uma parcela correspondente a 37% do capital total que está em circulação, após o bem-sucedido IPO concluído em outubro de 2007.

Fonte: Monitor Mercantil

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