Meirelles tem a preferência do mercado
Além de conhecer os meandros de Brasília, a experiência no setor privado ele foi presidente do Bank Boston e do conselho da J&F, dos irmãos Batista conta pontos a favor. Meirelles, que adiou para o próximo ano a decisão sobre uma eventual candidatura, personificaria o ideário dos investidores. No sonho, em condições ideais, o Meirelles seria o primeiro. 0 Meirelles não seria o candidato do mercado, o Meirelles seria o mercado, diz Carlos Melo, cientista político e professor do Insper.
Os tucanos João Doria, prefeito de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador do Estado, contam com o apoio natural, pelo consistente discurso pró-privatizações e pela agenda reformista. Mas a incerteza em torno de quem será o presidenciável do partido provoca temor de pulverização de votos. 0 ideal seria que eles se unissem numa chapa mais forte, diz Luiz Eduardo Portella, sócio-ges-tor da Modal Asset.
INCÓGNITA
0 mais recente integrante do dream team do mercado é o apresentador Luciano Huck. Embora agrade, a falta de experiência política pesa contra. É uma incógnita. Não se sabe como ele vai estabelecer o equilíbrio entre o
assistencialismo e a política liberal, diz Melo, do Insper.
André Perfeito, economis-ta-chefe da Gradual Investimento, diz acreditar que a candidatura de Huck só ganha força se estiver ladeada por um nome mais forte. Não dá para ele assumir o governo no meio desse ambiente tenso. Teria que ser chancelado por alguém, como o próprio Meirelles.
Para Tony Volpon, economista-chefe do banco UBS no Brasil e ex-diretor do BC, o nome é o que menos importa. 0 mercado não tem partido ou compromisso com determinada maneira de fazer reforma. 0 governo atual tem uma proposta, mas, para o mercado, isso é irrelevante, desde que seja aprovado algo que melhore a relação entre dívida e PIB.
Fonte: Folha de São Paulo