Medial compra o Grupo Saúde
Giovanni Sandes
O mercado da saúde em Pernambuco está em alta. Ontem, a empresa paulista Medial Saúde, segunda maior do ramo, anunciou a aquisição do Grupo Saúde, plano de saúde pernambucano com 79 mil usuários. Foi a segunda aquisição no setor, em pouco mais de um mês. Mas o aumento da presença de empresas locais e de outras partes do País cresceu não só nos planos, mas também entre hospitais, clínicas, laboratórios e centros diagnósticos. A tendência é de novos negócios.
Observando apenas os dois últimos anos, a primeira aquisição no setor ocorreu em janeiro de 2006, quando a paranaense OPS Planos de Saúde adquiriu a Santa Clara. Ainda em maio daquele ano, a holding NKB S.A., que já tinha adquirido os laboratórios e centros de diagnóstico Dalmo de Oliveira, Dilab e Paulo Loureiro, fechou acordo operacional com o Lapac. Em junho de 2006, o Grupo TCI, de origem pernambucana, mas com sede em São Paulo, decidiu entrar no ramo de planos de saúde. Para isso, criou a MMS Saúde, que adquiriu a carteira de 55 mil usuários do Semepe.
Passamos três anos planejando como entrar nesse mercado, estruturando os processos. Há dois anos, compramos a carteira do Semepe. No primeiros 16 meses, gastamos R$ 1,5 milhão em tecnologia da informação, explica o presidente da TCI, Roberto Marinho Filho. A MMS, hoje, tem 80 mil usuários. Queremos chegar a 150 mil beneficiários em 12 meses. Teremos 130 mil até o final do ano, acredita. Estudamos aquisições. O mercado do Nordeste passa por uma consolidação, opina Roberto.
Em novembro passado, o Labs Dor, do Rio de Janeiro, firmou um acordo de gestão compartilhada com o Hospital Esperança. Em fevereiro último, o mesmo grupo comprou 50% da Prontolinda. É uma tendência irreversível. Você cria um novo formato de concorrência, porque há aquisições de planos de saúde, mas também de hospitais. Do mesmo jeito que aglutina de um lado, aglutina do outro, diz o presidente do Sindicato dos Hospitais, Mardônio Quintas.
No mês passado, a Santa Clara trocou de mãos, para a entrada no mercado pernambucano da cearense Hapvida. E, entre outros negócios, ontem a Medial desembolsou R$ 17 milhões por 49% das ações do Grupo Saúde, composto por três empresas e carteira de usuários. Em março de 2010, a aquisição dos 100% será completa, mediante o pagamento de três vezes o lucro operacional da empresa pernambucana em 2009. Fomos procurados pela Medial. A intenção deles é expandir a presença no Estado, ampliando o Grupo Saúde, comenta o diretor administrativo da operadora recém-comprada, Marco Funari.
Fonte: Jornal do Commercio
