Maternidade sem Rótulos: Como você prioriza os desafios pessoais e profissionais?
Reconheço que as experiências de cada mãe são singulares e que existem diversas necessidades na relação maternal, incluindo questões financeiras, sociais e emocionais. Cada uma enfrenta suas batalhas e desafios, e o intuito deste artigo é abordar as decisões e priorizações que fazemos de acordo com as necessidades momentâneas. No meu caso, a batalha era emocional, e o dilema entre escolher a carreira ou a maternidade tornava-se um desafio diário.
A maternidade é uma jornada única e transformadora, cheia de desafios e aprendizados, onde cada fase traz suas próprias nuances. Para mim, é essencial priorizar não apenas as minhas necessidades, mas também as da minha família. Neste relato, compartilho minha experiência desde o nascimento da minha filha até a busca por um equilíbrio entre minha vida profissional e as responsabilidades como mãe.
Quando minha filha nasceu, diversas emoções me envolveram, incluindo a culpa e a necessidade de atender às expectativas, tanto pessoais quanto profissionais. Essa fase é repleta de descobertas e desafios, e quero contar como enfrentei tudo isso.
Desde o início, tive uma rede de apoio fundamental. Minha mãe deixou o Rio Grande do Sul por mais de 120 dias para compartilhar sua sabedoria e ajudar nas tarefas do dia a dia. Meu marido, um pai admirável, sempre esteve ao meu lado, celebrando cada pequeno progresso da nossa filha. Essa base sólida me ajudou a lidar com os desafios de conciliar responsabilidades maternas e profissionais, permitindo-me realizar reuniões remotas e manter a conexão com a minha carreira.
Com o passar do tempo, minhas prioridades mudaram e novas emoções surgiram. Nos primeiros meses após o nascimento da minha filha, foquei em manter minha conexão com a carreira, optando por trabalhar remotamente durante a licença. No entanto, ao completar oito meses de vida dela, percebi que era hora de redirecionar meu foco para a família. Apoiar meu marido em um projeto fora do estado de São Paulo e passar mais tempo com minha filha tornaram-se minhas prioridades. Nesse período, deixei minha carreira executiva e passei a atuar como consultora no mercado de seguros. Essa experiência me permitiu aplicar meu conhecimento e habilidades de maneira mais flexível e adaptável à nova realidade familiar. Trabalhar como consultora me deu maior controle sobre meu tempo, essencial para equilibrar a maternidade e a carreira.
Quando minha filha estava prestes a completar dois anos, retornei ao mercado como executiva no maior conglomerado de seguros saúde. Estava motivada a enfrentar o desafio de atrair talentos, desenvolver pessoas e fortalecer a cultura organizacional. Essa nova fase trouxe oportunidades que transformaram minha visão sobre como integrar minha vida profissional e familiar. A experiência anterior como consultora, com sua flexibilidade, era bastante diferente das responsabilidades de uma executiva, que exigem disponibilidade para lidar com mudanças constantes. Eu sabia que o tempo seria um desafio nessa nova função e que precisaria mais uma vez equilibrar as demandas profissionais com as responsabilidades familiares.
Hoje, sou executiva de pessoas em uma seguradora canadense conhecida por seus valores sólidos. Tenho a missão de desenvolver projetos que acolham mães, permitindo que se desenvolvam profissionalmente e administrem os desafios da maternidade e da carreira.
O aprendizado que levo dessa jornada é que podemos mudar nossas escolhas. Ser flexível é fundamental, e, se bem planejadas, mudanças e até mesmo pausas no mercado de trabalho podem nos fortalecer. Não se trata apenas de mudar de opinião, mas sim de reorganizar nossas prioridades e encontrar a felicidade nas escolhas que fazemos.
Convido a assistir ao painel “Impacto da maternidade na carreira”, liderado por mim, no Dive In no dia 24/09 às 09h30. Inscrições através do link https://www.diveinfestival.com