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Marte e Vênus no ambiente de trabalho

São Paulo, 25 de Maio de 2006 – Autor de best-seller sobre diferença entre os gêneros fala do ambiente corporativo. Homens são objetivos na resolução de problemas. Mulheres preferem discutir mais o assunto antes de partir para a ação. As diferenças entre o modo de pensar masculino e o feminino marcam não apenas a rotina doméstica, mas também o dia-a-dia no trabalho. E, segundo, John Gray, psicoterapeuta especialista no assunto e autor do best-seller “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, Editora Rocco, não há mal nenhum nisso. Ao contrário, as características de cada gênero são complementares e, quando trabalhadas dessa forma nas empresas, potencializam o desenvolvimento do negócio.
Gray esteve no Brasil pela primeira vez nesta semana para participar do “Gestão do Futuro 2006”, em Campinas (SP), e falou com exclusividade para este jornal. Ele explicou que é fundamental que executivos e executivas ajam de acordo com os seus instintos naturais.
“As feministas tiveram que provar que eram homens melhores do que os homens. Com isso, chegaram ao topo das empresas, mas tornaram-se infelizes”, diz. “Quando as mulheres começam a agir apenas por obrigação começam a se masculinizar e a se estressar, por isso, precisam de momentos puramente femininos”, complementa.
O que está acontecendo neste momento é uma correção de curso. “Elas começam a aprender a não abrir mão de atividades que nutrem o seu lado feminino, como cuidar do lar, ter orgulho de um jardim, fazer uma torta para os filhos levarem na escola”, comenta. “Isso é parte do que contribui para resgatarem a sua essência feminina.”
Para Gray, em vez de se masculinizar, as mulheres podem usar toda sensibilidade, senso de colaboração, entre outras características complementares à objetividade do homem, a favor das decisões estratégicas. Em situações como a resolução de problemas, por exemplo, o instinto masculino é o de partir para a ação imediatamente. Já a mulher tende a discutir mais o assunto. “Quando as duas coisas são conjugadas, é possível atingir um progresso maravilhoso”, afirma Gray.
As diferenças de comportamento, de acordo com o especialista, têm uma razão fisiológica. O homem tem 30% mais testosterona no organismo do que a mulher. “Esse é o hormônio que estimula a ação. Por isso, o executivo busca a atuação prática.”
Também é fisiológica a razão pela qual as mulheres sofrem mais com a competitividade no ambiente de trabalho. Elas são movidas à ocitocina, chamada de hormônio do amor, cuja pro dução é estimulada pelo compartilhamento de informações e sensações.
Não é à toa também que a depressão atinge mais integrantes do sexo feminino do que masculino. “Eles repõem a serotonina 50% mais rápido do que elas”, lembra Gray. Nesse contexto, a prática de exercícios físicos para as executivas, além de garantir a saúde física, é importante para a saúde mental. “Fazer exercício é seis vezes mais eficaz do que tomar antidepressivos.”
Do lado das empresas, há ações que contribuem especialmente para que o público feminino trabalhe melhor. Todos valorizam o feedback, mas para as profissionais ele tem um valor maior ainda. “A mulher precisa se sentir importante, caso contrário, se sentirá infeliz.” Fazer com que ela saiba o tamanho de sua contribuição para a companhia e tenha o apoio necessário para desenvolver os projetos de sua área também é fundamental para seu desempenho. “Enquanto há a sensação de ´estamos juntos nisso´, a ocitocina vai ser produzida.”
O ambiente físico d o escritório também influencia o desempenho da executiva. A limpeza e o cuidado com o am-biente oferecem uma sensação de cuidado, de que a organização está se importando com ela. Isso porque, enquanto executa uma tarefa, consegue pensar em muitas outras coisas. “Quando um homem está executando uma tarefa, um lado de seu cérebro está mais ativo do que o outro. Já as conexões entre os dois lados do cérebro feminino são dez vezes maiores”, explica Gray.
Por isso, homens fazem uma coisa de cada vez e as mulheres conseguem ser multitarefa. “Ao mesmo tempo que prestam atenção na discussão de uma reunião, conseguem pensar nas implicações futuras daquelas conjecturas, lembrar que é o dia do aniversário de um sobrinho, pensar no presente que vai comprar para ele e ainda olhar para o relógio e concluir que naquele momento seu filho está no horário de intervalo na escola”, conclui o psicoterapeuta.

Fonte: Gazeta Mercantil

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