Mais mulheres têm previdência privada
Dados da Brasilprev, terceira no ranking das empresas que oferecem o serviço, revelam que a rapidez do crescimento nos planos da empresa em 2007 superou a média de seis anos.
Em 2001, a participação do sexo feminino era de 37% das operações. Ao final do ano passado, a parcela aumentou para 42%, uma alta média de 0,8 ponto percentual por ano. No entanto, apenas de junho a novembro de 2007, a alta foi de um ponto percentual, de 41% para 42%.
O fenômeno, segundo o diretor comercial da Brasilprev, Marco Barros, é reflexo, entre outros fatores, da mudança de comportamento da mulher na sociedade brasileira. A cada ano aumenta o espaço feminino no mercado de trabalho.
A participação feminina na PEA (População Econômicamente Ativa) do Grande ABC nos mesmos anos aumentou de 38% para 44%, praticamente um ponto percentual por ano alta equivalente a do mercado de previdência complementar no período segundo dados da Inpes (Instituto de Pesquisa do Imes). Com mais dinheiro no bolso, a mulher pensa em investir mais.
Além disso, o diretor da Brasilprev explicou que elas são mais prevenidas do que os homens. Dados da empresa revelam que o público feminino busca investir em previdência privada mais cedo do que o masculino. Entre as mulheres que realizam os investimentos, 41% possuem até 30 anos, enquanto que entre os homens a média cai para 34%.
A mulher tem mais disciplina e cumpre com determinação os objetivos, ressaltou Barros. Elas permanecem no plano um tempo 20% maior do que os homens. A tributação regressiva, na qual quanto mais tempo o dinheiro fica acumulado, menos se paga de Imposto de Renda, é escolha de 52% das mulheres.
A procura por planos para os filhos também é representativa entre as mães: 32% delas optam pelo serviço.
Aposentada possui mesma renda de quando trabalhava
A aposentada Leila Regina Zerbinatto, 49 anos, moradora de São Bernardo, conseguiu continuar com a mesma renda que tinha quando trabalhava após se aposentar graças à previdência privada. A situação dificilmente é possível apenas com o benefício do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
Ela trabalhou como escriturária em um banco durante 27 anos. No período, investiu num plano de previdência complementar empresarial, onde aplicava determinada quantia e a empresa investia o mesmo valor no nome dela.
Hoje, Leila recebe duas aposentadorias, a complementar e a do INSS. Valeu muito a pena. Eu pagava ao mês um valor inferior ao do INSS para a previdência privada.
A aposentada explicou, no entanto, que foi preciso disciplina para manter o investimento. Nunca pensei em desistir. Quando me proponho a algum compromisso financeiro, deixo o valor fora do orçamento para não ter que contar com o dinheiro, revelou.
Assim como grande parte das mulheres, Leila também pensou em fazer um plano para o filho, que já é maior de idade. No entanto, ainda não conseguiu convencê-lo das vantagens do investimento. Precisaria fazer numa conta no nome dele, mas ele não quer, disse.
Contribuição mensal mínima gira em torno de R$ 50
A contribuição mínima mensal exigida para se ter uma previdência privada varia do banco e do plano escolhidos. No entanto, os menores valores giram em torno de R$ 50 ou R$ 60 ao mês.
As contribuições mensais chegam a até R$ 30 para planos em nome dos filhos o dinheiro pode ser usado para financiar estudos ou como capital de giro para início de um negócio, por exemplo.
Para quem declara o Imposto de Renda da forma completa, o serviço mais indicado é o PGBL, no qual os investimentos são descontados da base de cálculo até o limite de 12% da renda bruta anual. O VGBL é opção para quem já desconta os 12% da base de cálculo do IR ou para quem é isento da declaração, por exemplo.
Em valores aplicados, representação é de só 30% do total
Apesar de serem 42% dos clientes da Brasilprev, as contribuições femininas representam apenas 30% do valor investido. O volume total representava R$ 5 bilhões em novembro do ano passado, alta de 16% ante junho (R$ 4,3 bilhões). O VGBL é escolha de 60% delas.
Não é só entre o público feminino que o serviço cresce a cada ano. No acumulado de janeiro a novembro do ano passado (dados mais recentes), o volume de novas contribuições chegou a R$ 24 bilhões, alta de 25% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Fenaprev (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
Fonte: CQCS