Mais de duas mil grandes empresas sem cobertura
Mais de duas mil empresas brasileiras de médio e grande portes não estão conseguindo renovar apólices ou contratar novos seguros para as suas plantas industriais em razão da postura das resseguradoras estrangeiras instaladas no País, que adotam uma política de seleção de riscos extremamente conservadora. A afirmação foi feita, ontem, pelo presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ), Henrique Jorge Duarte Brandão. No resseguro facultativo, as resseguradoras não aceitam o risco e mandam o cliente procurar o IRB Brasil Re. Quando aceitam, cobram taxas exorbitantes, inibindo o segurado, observou. Ele revelou que não está se concretizando no dia-a-dia do mercado a previsão de especialistas de que a abertura no resseguro traria preços mais baixos e diversidade nas coberturas oferecidas. Na visão de Henrique Brandão, diante do cenário atual, é possível afirmar que o monopólio praticamente não acabou, pois apenas os contratos automáticos de resseguro, garantidos pelo IRB, estão sendo renovados sem problemas. Mesmo assim, muitos segmentos acabam sendo prejudicados. Henrique Brandão contou que sente essas dificuldades diretamente nas relações de sua empresa, a Assurê Corretora, com os segurados. Alguns clientes de setores distintos, tais como fábricas de colchão e supermercados, vivem uma situação bastante delicada, pois ninguém aceita o risco. E posso garantir que são segurados que não registram sinistros há muitos anos, frisou. Ele anunciou que, provavelmente já na próxima semana, haverá um encontro dele e de outros executivos de grandes corretoras de seguros com representantes das federações das indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e São Paulo (FIESP) para discutir esse problema e buscar soluções. Segundo Henrique Brandão, dessa reunião deve sair um pedido aos órgãos reguladores e ao Ministério da Fazenda para que sejam estudadas mudanças na legislação que regulamentou a abertura no resseguro. Como está é que não pode ficar, arrematou.
Fonte: Jornal do Commercio