Maior desafio de futuro presidente do Brasil será ajuste fiscal
Executivos dos dois maiores bancos privados do país consideram as eleições este ano no país importantes e acreditam que o maior desafio para o novo presidente será o ajuste fiscal. Eles falaram durante a abertura do Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira (14), em São Paulo.
Para o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, o Brasil hoje tem todas as condições de ter crescimento sustentável num longo período de tempo. Ele citou a inflação sob controle, taxas de juros baixas, situação externa sólida e elevada, reservas em conta corrente superior ao déficit externo.
As eleições ocorrem num momento importante, o Brasil saiu da recessão, mas se prepara para crescer mais este ano. O risco é fiscal, diz.
Segundo ele, o desequilíbrio das contas públicas é o principal problema que vai confrontar o novo presidente.
Acho que teremos um quadro amplo de candidatos, mas vemos muitos deles com essa preocupação com o aspecto fiscal e equilíbrio das contas para que o país tenha um crescimento sustentável nos próximos anos, afirmou Bracher.
O presidente do conselho administrativo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, considera as eleições uma oportunidade importante para a sociedade brasileira.
Eleição é uma oportunidade de optarmos por um plano de governo que coloque o país para frente e não um estado que centralize ou seja indutor de crescimento, disse Trabuco.
Para ele, o teto de gastos é importante, mas é insuficiente se as reformas para equilibrar as contas públicas não forem executadas, e o déficit público e desajuste fiscal fazem com que o Estado tenha uma incapacidade de investir no social.
Eleições na América Latina
Além do Brasil, cinco outros países da região também escolhem novos governantes neste ano (Colômbia, Panamá, Costa Rica, Paraguai e México).
Em outro painel do fórum, o vice-presidente de operações para América Latina do Itaú, Ricardo Villela, afirmou que a corrupção é o elefante na sala. Villela pediu mais combate à corrupção e também uma renovação na política.
Precisamos de governo e empresários com visão mais de longo prazo e de jovens milennials que entrem na política com objetivos novos.
Para Villela, as empresas também precisam atuar ativamente neste cenário. Se todas as empresas que se depararem com corrupção delatarem os casos, podemos dar o exemplo de que é possível combater a corrupção.
Neste painel, a discussão fugiu da pergunta inicial do mediador sobre uma possível mudança de rumo da esquerda para a centro-direita na região e ficou em torno da cultura dos privilégios e a importância de perseguir o crescimento econômico, independente do viés político.
Fonte: G1