“Luzes Negras” traz visibilidade para personalidades negras da história
Você já ouviu falar de Nilo Peçanha, primeiro presidente da República negro do Brasil? E Jane Cooke, cirurgiã e médica oncologista afro-americana, pioneira no desenvolvimento da quimioterapia? Pessoas negras estão por todas as partes e áreas do conhecimento humano, apesar de seus nomes nem sempre serem conhecidos. Mas, agora, elas ganham destaque sob uma nova luz na exposição Luzes Negras, no Museu Afro-Brasileiro de Salvador, aberta nesta segunda-feira (09 de setembro).
Inspirada no livro de mesmo nome e vencedor do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, a obra Luzes Negras apresenta 20 dessas personalidades, bem como seus trabalhos e conquistas.
Em um ambiente completamente escuro, luzes negras guiam o olhar do visitante e trazem à tona dez destas histórias inspiradoras divididas em quatro artes pela exposição, proporcionando uma imersão na história e uma conexão ainda maior com legado dessas personalidades.
Nascida da parceria entre o GOMA/EmpregueAfro e o MAFRO (Museu Afro-brasileiro da UFBA em Salvador) e com patrocínio do Grupo Bradesco Seguros, a iniciativa de ressignificar a história destes nomes deu origem a um livro que, a olho nu, é impossível de ser lido uma representação do que foi o apagamento histórico. Mas, quando exposto à luz negra suas páginas começam a revelar inúmeras imagens e textos.
A experiência de passar a lanterna pelo livro e ver, imediatamente, suas folhas iluminadas com tantas memórias menosprezadas é um convite à ressignificação e valorização do passado e legado dessas pessoas.
A curadoria de 20 nomes, feita a partir de uma extensa pesquisa da EmpregueAfro/GOMA, desvenda vivências de personagens brasileiros como Juliano Moreira, José Ezelino, Laudelina de Campos e Teodoro Sampaio, além de figuras globais como Alice Ball e Gladys May West, entre diversos outros.
Moreira, por exemplo, foi o fundador da psiquiatria no Brasil um médico baiano que entrou para a história da ciência nos séculos XIX e XX, rebatendo, inclusive, teses de que a mestiçagem seria causa de doenças mentais. Esse projeto tem um valor imenso de resgate da nossa ancestralidade. O Luzes Negras reverência e honra as contribuições de pessoas negras ao longo da história, que foram ofuscadas ao longo do tempo. O objetivo é, literalmente, jogar luz nesses talentos para que seus legados se mantenham vivos e sejam apresentados, principalmente, para as novas gerações, comenta Patricia Santos, CEO e fundadora do GOMA/EmpregueAfro.
Para a atriz Zezé Motta, personalidade que teve acesso ao livro em primeira mão, a ação é uma luz capaz de devolver o brilho destas pessoas tão importantes, como Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, uma mulher preta que veio antes de mim e que pode inspirar muitas outras, diz. Jogando luz sobre o passado, Luzes Negras ilumina o futuro, finaliza.
Obra de arte acessível e premiada
Um dos exemplares de Luzes Negras será exposto no MAFRO (Museu Afro-brasileiro), em Salvador, a partir do dia 8 de setembro, proporcionando uma experiência inédita e imersiva para quem tiver a oportunidade de visitação. O livro está acessível para quem quiser conhecê-lo de forma digital e sem perder a oportunidade de iluminar suas páginas com a luz negra.
Para mais informações acesse o site do projeto: https://www.bradescoseguros.com.br/clientes/projeto-luzes-negras
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