Lucro da ACE aumenta 54% e vendas atingem R$ 628 milhões
O lucro líquido da ACE Seguros cresceu 54,2%, para R$ 33,5 milhões em 2007. Os prêmios cresceram 10%, para R$ 628 milhões. ´É um volume importante para o tamanho que o grupo das Bermudas tem no Brasil.
“O valor de prêmios que crescemos equivale ao faturamento da ACE em 1999”, comenta Marcos Couto, presidente da ACE. O patrimônio líquido da ACE cresceu 32%, para R$ 144 milhões. O grupo recebeu um aporte de capital e US$ 10 milhões no final do ano passado para adequar a companhia às regras de solvência.
Segundo o executivo, o resultado é fruto de uma combinação de fatores. O índice de sinistralidade (prêmios ganhos menos indenizações pagas) da ACE, que já é um dos mais baixos do mercado, caiu para 35,3%, mesmo tendo o grupo atingido o volume de 100 mil pagamentos de indenizações de segurados. Os custos com despesas administrativas caíram 2,3%, para R$ 87 mil. E para completar um círculo virtuoso, os prêmios subiram 10%. O crescimento das vendas foi puxado pelas principais carteiras onde figura como especialista: afinidade, transporte, linhas financeiras e responsabilidade civil.
O grupo também obteve bom resultado na carteira de riscos de energia e também em riscos empresariais para pequenas e médias empresas. “Tivemos expansão de 125%, para R$ 18 milhões, nos prêmios de apólices para as pequenas e médias empresas”, conta. Segundo ele, o investimento em sistemas, que tornou a venda do produto 100% online, foi o maior responsável por alavancar as vendas neste nicho do setor, com acirrada competição.
Em 2008, Couto espera manter um ritmo maior de crescimento, próximo a 16%. “Vamos continuar investindo nas linhas tradicionais de produtos e manter nossa expansão com a abertura de mais duas filiais no primeiro semestre, uma no Centro Oeste e outra no Norte do País”. A área de vida, onde o grupo passou a operar em 2007, também deverá ajudar a cumprir a meta de crescimento neste ano.
“O nosso conceito é estar entre as cinco maiores do mercado onde atuamos. E já estamos. Então começamos a abrir novas frentes”. diz. A ACE vai iniciar suas operações em seguro garantia. Começará operando com garantias aduaneiras, até mesmo para otimizar o resultado da carteira transporte. Mais para frente passa a atuar nos outros nichos de seguro de crédito garantia, onde contratou o executivo Virgil de Souza. Outra novidade prevista para este ano é a ampliação de cobertura do seguro de erros e omissões. Médicos e dentistas poderão contar com um produto específico para eles.
Em resseguro, Couto diz que a matriz avalia juntamente com a subsidiária local de que forma a resseguradora irá atuar no Brasil. “É preciso avaliar bem todos os aspectos para tomar a melhor decisão de um projeto deste porte, de longo prazo”.
A expectativa é de que até o final de março já se tenha uma definição, aumentando o número de concorrentes no mercado local. Atualmente, as seguradoras tem basicamente duas opções de resseguradoras locais gerais, IRB Brasil Re e Munich Re, além da J.Malucelli Re, que atuará apenas em seguro garantia. “Tem mercado para todo mundo, principalmente porque acreditamos que as vendas de seguros irão crescer nos próximos anos com a abertura”.
Para ele, a crise financeira internacional desencadeada com o crédito hipotecário de alto risco nos EUA (subprime) pode atrapalhar um pouco. “O Brasil está indo bem, mas a crise americana é fato. O valor das ações de seguros despencou pois é sensível. Se for tão grave como pode ser, nem o Brasil aguentará e poderá ter problemas com a valorização do dólar”, argumenta.
Fonte: Gazeta Mercantil