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Lenta e cara, nova máquina de fazer café atrai apaixonados

Perto da ocupada máquina de café espresso no Ritual Coffee Roasters, um café em San Francisco, há uma caixa de aço inoxidável do tamanho de um computador de mesa. Essa caixa, a Clover (trevo em inglês), produz uma xícara de café num espetáculo de água que jorra, motores que zumbem e um engenhoso êmbolo invertido. Zander Nosler, o designer industrial que inventou a Clover há quase três anos, parece ter feito o impossível: atraiu seguidores apaixonados para uma nova máquina de preparar café que é mais lenta e muito mais cara que outras, além de exigir um operador treinado.
O café estimula inovações desde que foi extraído pela primeira vez com água, há séculos. O ponto alto foi atingindo com a invenção da máquina do espresso no início do século XX. Esse aparelho, feito para servir doses individuais e frescas a trabalhadores italianos, hoje domina os cafés no mundo todo.
Desde então, a maioria dos desenvolvimentos se concentrou na conveniência. O sistema Nespresso da Nestlé, por exemplo, usa cápsulas descartáveis, o que facilita o manuseio mas torna os usuários cativos do máquina, que só aceita as cápsulas da empresa. Mesmo assim, diz Nosler, “o lado hardware do negócio está lamentavelmente atrasado”. Foi somente depois que Nosler modificou um protótipo automatizado para permitir que seu operador controlasse quase todos os aspectos da produção, é que a Clover chamou a atenção do varejo e de bebedores de café.
A Clover permite um grande controle ao operador, abrindo a possibilidade de trabalhar com grãos muito especiais, mas não é nada barata. Bruce Milletto, um consultor de varejo para a indústria do café, diz que um café americano típico gasta cerca de US$ 50 mil com equipamentos, sendo que cerca de 25% (ou US$ 12,5 mil) vai para uma máquina de café espresso. A Clover custa US$ 11 mil.
É um gasto que pode valer a pena. Eileen Hassi, dona da loja Ritual, diz que a Clover permite vender xícaras de café de grãos raros, com lucro. “Não há desperdício e o café é tão bom que as pessoas não reclamam de pagar US$ 6 dólares a xícara.”
Esse tipo de entusiasmo explica porque 100 máquinas Clover foram vendidas em 2006, o primeiro ano de produção.
A companhia de Nosler, de capital fechado, emprega atualmente 11 pessoas em Seattle e triplicou as vendas este ano.
Nosler sinaliza que seu aparelho lustroso poderá estar em breve em redes de cafés muito maiores. Mas isso poderá ser um desafio: com sua capacidade de desenvolver todos os sabores de um café na xícara, a Colver pode produzir erros dolorosamente óbvios (dependendo do grão utilizado). Mas o segmento de grãos muito especiais costuma liderar o resto do mercado e a disseminação da Clover poderá ajudar a estimular a demanda por cafés melhores, facilitando mais mudanças na maneira como os grãos são produzidos e torrados. E aí está a esperança de Nosler pois é justamente esse o caminho que o café espresso vem seguindo.

Fonte: Valor

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