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IRB estrutura área de pesquisa e desenvolvimento

Maior ressegurador do Brasil, o IRB(Re) estruturou uma área com dedicação exclusiva à pesquisa e ao desenvolvimento. Em operação desde janeiro, a primeira iniciativa do IRB(P&D), como é chamada, trata dos riscos climáticos, tema que ganhou ainda mais foco após as chuvas e seus impactos no Rio Grande do Sul.

Conversamos com Carlos Teixeira, executivo que está liderando o trabalho e se prepara para lançar o 1º Fórum IRB(P&D), que acontecerá em setembro, no Rio.

O que motivou o IRB(Re) a estruturar uma área de pesquisa e desenvolvimento?

Temos um papel decisivo na promoção de produtos e soluções de transferência de risco no Brasil. Sem transferência de risco não há possibilidade de desenvolvimento econômico e social. Nesse sentido, tendo em vista a transformação digital, o avanço acelerado da tecnologia e os novos desafios da indústria de seguros, é fundamental para a companhia ter uma área de excelência em pesquisa e desenvolvimento.

O objetivo do IRB(P&D) é colocar o IRB(Re) na fronteira global de conhecimento e de técnicas para avaliar e gerenciar riscos.

Quais iniciativas o IRB(P&D) desenvolve ou está nos planos futuros?

Nosso primeiro foco é a Iniciativa de Riscos Climáticos, em operação desde janeiro. Nesse sentido, estamos lançando o 1º Fórum IRB(P&D), que acontecerá em setembro, no Rio, e terá como tema “Desafios e oportunidades no enfrentamento dos Riscos Climáticos”.

Vamos reunir representantes do mercado de seguros e resseguros, do setor público e de instituições que estão estudando o tema para debater e propor soluções.

Quais os objetivos da Iniciativa de Riscos Climáticos?

O objetivo é, no médio prazo, aprofundar o conhecimento relativo a eventos climáticos extremos, de modo a apoiar o setor de seguros e subsidiar a definição de políticas públicas. Em paralelo, estruturaremos bases robustas de dados relacionadas a eventos climáticos, como meio de capacitação da nossa equipe técnica e produção de resultados imediatos, incluindo a elaboração de análises técnicas a partir desses dados, orientados para o benefício geral da sociedade e do setor de seguros em particular.

Existe intercâmbio com universidades? Quais?

Sim, iniciamos o projeto em parceria com a PUC-Rio, que tem grande conhecimento em ciência de dados e inteligência artificial. Além disso, estamos trabalhando com alunos e professores de outros centros de conhecimento, como o Instituto Nacional de Telecomunicações, as universidades federais de Alfenas, Lavras e Itajubá e a Escola de Matemática Aplicada da FGV, especialistas em avaliação de riscos, atuária, agricultura, machine learning e inteligência artificial.

E com o setor público?

Uma iniciativa com esse nível de ambição não pode prescindir do intercâmbio com o poder público.

O IRB(P&D) também planeja buscar parcerias com outras empresas do setor de seguros e resseguros? De que forma?


Estamos em contato com a CNseg e com outras empresas e instituições, no Brasil e no exterior, que dispõem de estrutura de pesquisa sinergética com a que estamos desenvolvendo.

Quais desafios as mudanças climáticas impõem ao setor de seguros e resseguros no Brasil?

Trata-se de um tema de interesse global e, para o qual, o mercado de seguros pode contribuir com seu conhecimento, materializado pela gama de produtos desenvolvidos ao longo de décadas.

Um desafio trazido pela atual conjuntura, entretanto, é exatamente o desenvolvimento de ferramentas de previsão dos eventos extremos. Os atuais modelos de previsão de catástrofes não têm se mostrado precisos nesse sentido.

Existem produtos no Brasil voltados para as mudanças climáticas?

Sim. No entanto, nosso foco é trazer conhecimento especializado e cientificamente embasado, permitindo o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes para a mitigação e transferência dos riscos climáticos de forma economicamente sustentável a longo prazo, com o objetivo de proteção das vidas e da sociedade, e uma maior resiliência da economia brasileira.

Quais produtos poderiam ser modelados considerando a realidade brasileira?

Inicialmente, sendo o Brasil um país continental, é preciso considerar os dados históricos sobre os eventos climáticos. Para que a indústria de seguros possa avaliar de forma precisa o risco, é essencial a organização coordenada e consistente de dados e informações tempestivas sobre a frequência de ocorrência e de perdas associadas a desastres em cada microrregião do nosso país, bem como as crescentes tendências observadas nesses parâmetros nos últimos anos. A partir de análises objetivas e adequadamente orientadas sobre essas informações, novas políticas públicas de mitigação e produtos de proteção poderão surgir.  

Fonte: NULL

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