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IRB-Brasil Re mais competitivo

No mesmo mês em que o IRB-Brasil Resseguros (IRB-Brasil Re) fez aniversário de 70 anos, o mercado de resseguros completa um ano de abertura às empresas privadas. O IRB deteve por 69 anos o monopólio do mercado de resseguros no País. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o presidente da instituição, Eduardo Nakao, afirmou que o setor está mais competitivo e que manter a liderança não está entre as principais preocupações do IRB para 2009.
As prioridades para o ano, disse Nakao, são buscar parcerias internacionais e manter uma política de avaliação de riscos mais seletiva. Anteriormente, por conta do monopólio, o IRB não tinha o direito de escolher os riscos a serem aceitos e tinha de atuar em todos os ramos. Com a descentralização do setor, diversas empresas que só atuam em um ramo específico de resseguro passarão a dividir a demanda conosco. Isso nos motiva a melhorar ainda mais nossos serviços, afirmou Nakao.
Por conta da impossibilidade de escolha em relação a ramos específicos de resseguro e para especializar-se ainda mais nos diversos segmentos, o IRB tem buscado formar parcerias operacionais com empresas estrangeiras. O intuito é realizar intercâmbio de experiência e tecnologia, sem qualquer mudança na estrutura acionária. Nakao informou que uma parceria já foi concretizada com uma empresa internacional, cujo nome ele não quis revelar. Nossa estimativa é fazer mais três ou quatro parcerias ainda este ano com companhias que atuam em diferentes linhas de negócios, informou.
O presidente do IRB-Brasil Re, contudo, ressalvou que a companhia não tem interesse em atuar com companhias que buscam a liderança em seus segmentos de atuação no Brasil. Nós queremos seguidores e não concorrentes. A idéia é a de que o IRB abra as portas do Brasil para eles e eles abram a porta de seus países para nós, disse.
A avaliação do presidente do IRB em relação ao primeiro ano de abertura do mercado no Brasil é positiva. As empresas que não possuíam escritórios no Brasil, explicou, utilizaram o primeiro ano para conhecer melhor o mercado para o qual passaram a prestar serviço. Segundo ele, grandes resseguradoras estrangeiras que atuavam no Brasil somente como escritório de prestação de serviços de resseguro, caso de Munich Re e Swiss Re, deram continuidade aos seus negócios sem grandes dificuldades.
De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), 60 resseguradoras estão inscritas no mercado brasileiro desde sua abertura, em 2008. Mais de 90% do total são formados por empresas estrangeiras. Antes da abertura, qualquer companhia que quisesse atuar no mercado nacional tinha que repassar parte do risco ao IRB, obrigatoriamente. O IRB funcionava como ponte das empresas, mantendo-as, portanto, como clientes. Com a abertura, o IRB deixou de ter de ser utilizado como ponte e, por consequência, perdeu clientes.
Nakao afirmou, contudo, que o conhecimento do mercado brasileiro e o banco de dados acumulado mitigarão os efeitos da perda de clientes. Levamos alguma desvantagem com a redução de clientes, mas, em contrapartida, saímos na frente na precificação dos seguros, já que contamos um vasto banco de dados sobre o mercado. Temos que aproveitar essa experiência como vantagem na precificação de prêmios, avaliou.
Nakao explicou que o IRB dará atenção especial aos seus clientes de longo prazo, em geral seguradoras, com o objetivo de fidelizar as empresas. Segundo ele, a capacidade de absorção de riscos pelas companhias se reduziu sensivelmente devido a crise financeira global. Essa redução elevou o valor dos prêmios e por isso daremos tratamento melhor aos nossos clientes de longa data, oferecendo condições mais competitivas que os concorrentes, disse.
Com relação à participação de mercado do IRB no Brasil, que é de 90% do mercado geral de resseguros, Nakao disse que no momento não está preocupado em diminuir ou aumentar sua fatia no setor. Para ele, é mais importante para a instituição manter uma política de aceitação de riscos mais seletiva, com o objetivo de aumentar a segurança de suas operações.
Se quiséssemos recuperar o share perdido, poderíamos revogar algumas restrições. Mas,vamos trabalhar em prol da segurança do patrimônio, completou.

Fonte: Jornal do Commercio

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