Investimentos em saúde do fundo de pensão sobressaem na pandemia
Os países que têm conseguido lidar melhor com a pandemia do coronavírus são os que estão testando sua população em larga escala, monitorando a evolução da curva de contágio para decidir se endurecem ou afrouxam o isolamento.
No Brasil, um dos agravantes para o ritmo de crescimento da doença nas últimas semanas é justamente a escassez de testes para atender a demanda crescente.
Para minimizar o problema, o laboratório Mendelics, especializado em diagnósticos genéticos, acaba de desenvolver, em parceria com o Hospital Sírio-Libanês, um exame de saliva que detecta o coronavírus em uma hora, ao preço médio de R$ 95.
De acordo com a empresa, o teste tem a mesma capacidade de diagnóstico, mas custa menos da metade do RT-PCR, o mais utilizado no mercado, cujo resultado leva até seis horas.
E um investidor que poderá ganhar com o sucesso do laboratório em tempos de crise é a Funcef, entidade de previdência complementar fechada da Caixa.
Com cerca de R$ 70 bilhões de patrimônio e quase 140 mil segurados, o fundo de pensão investiu R$ 30 milhões em 2012 por uma participação de 17% no então recém-constituído FIP BBI Financial, um Fundo de Investimento em Participações da gestora de private equity e venture capital Fin Health.
O fundo tem como foco empresas emergentes inovadoras na área da saúde e comprou parte do capital da Mendelics ao fim de 2014.
Retorno de quase 30% ao ano
Com um horizonte de investimento de dez anos, a expectativa é que o FIP possa começar a entregar o retorno para a Funcef e outros acionistas em 2022, com a venda de empresas do portfólio para remunerar o capital aportado pelos investidores.
Segundo Andréa Videira, diretora de participações societárias e imobiliárias da Funcef, o ganho projetado com o fundo é de 27% ao ano.
O resultado considera um desinvestimento hipotético pelo valor registrado na carteira na última atualização de fevereiro e poderá variar, para cima ou para baixo, conforme o momento de mercado e o humor dos investidores.
Caso 2022 se mostre desfavorável para o desinvestimento, o gestor, em conjunto com os cotistas, poderá optar pela postergação das vendas, diz João Paulo Baptista, presidente da Fin Health.
Fonte: NULL