Investimentos em energia e petróleo animam seguradoras
20/10/2006
Os investimentos previstos em novas linhas de transmissão de energia, refinarias e exploração de petróleo e gás, obras governamentais em infra-estrutura, além da ampliação do parque industrial brasileiro e as Parcerias Público-Privadas (PPPs), serão a base de um crescimento expressivo do seguro de garantia pelo menos até 2010. A previsão é do presidente da Áurea Seguro de Crédito e Garantias, Edvaldo Cerqueira, que não teme a concorrência dos grandes grupos seguradores. “Há espaço para todos e pelas características da carteira, que ainda é pouco explorada, sempre levará vantagem a empresa que é especializada no segmento”, afirma o executivo.
Segundo ele, depois de um crescimento da ordem de 31,2% até agosto, o ramo garantia foi ligeiramente atingido, nos últimos dois meses, pela retração dos investimentos públicos e privados, efeito direto do período eleitoral. Edvaldo Cerqueira assegura, porém, que essa desaceleração é circunstancial e não abala a confiança do setor em um excelente desempenho da carteira em 2006.
– Depois das eleições, os investimentos serão retomados naturalmente, seja quem for o futuro presidente da República. A confiança é grande. A Áurea, por exemplo, deve crescer acima de 50%, consolidando, dessa forma, a segunda posição no ranking do ramo garantia, lugar que passou a ocupar este ano – destaca.
Ele acrescenta que três empresas movimentam quase 75% do faturamento nacional do mercado de seguro-garantia. Até agosto, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a líder J. Malucelli deteve fatia de 42%, seguida pela Áurea (21,9%) e pela UBF (10,9%). A receita acumulada nos oito primeiros meses do anos chegou a R$ 127,5 milhões.
Os produtos destinados a garantir as obrigações e as concessões públicas são os destaques do segmento, compondo 65% do faturamento total da carteira. As coberturas de obrigações privadas têm outros 26,8% da receita. Já a garantia financeira tem participação de 4,5% e a judicial de 3,7% no conjunto dos negócios.
Edvaldo Cerqueira lembra que o seguro-garantia é um nicho de negócio muito recente, pois há apenas dez anos passou a ser explorado no Brasil. Na opinião dele, o momento é de amadurecimento da carteira. “É até difícil dimensionar o real potencial desse mercado”, comenta o executivo da Áurea.
Os grupos estrangeiros também estão e olho nas perspectivas proporcionados pelo seguro-garantia. O vice-presidente da Orypaba Corretagem de Resseguros, Rodrigo Protasio, por exemplo, diz que estão sendo abertas inúmeras oportunidades para seguradoras e resseguradoras com os investimentos na exploração de petróleo, gás e geração de energia. “Temos muito trabalho pelo frente. O importante é que não há redução da capacidade do mercado externo em absorver riscos, mesmo com as grandes catástrofes naturais do ano passado”, comenta o executivo, cuja empresa representa no Brasil a JLT, uma das maiores empresas de corretagem de resseguro do mundo.
Fonte: Jornal do Commercio