Investimento responsável é pauta para o mercado de seguros
Investir de forma responsável é possível e está entrando na pauta das empresas do mercado de seguros. Prova disso foi a participação de Maria Eugênia Buosi, da consultoria Quintessa, no workshop sobre sustentabilidade em seguros promovido pela CNseg na terça-feira (07), em São Paulo. Maria Eugênia falou sobre o PRI (Principles for Responsible Investment), criado pelos 20 maiores investidores do mundo com o objetivo de investir de forma sustentável. O PRI é um kit de ferramentas para que investidores incorporem os princípios ESG (ambientais, sociais e de governança) em suas práticas de investimentos. O PRI atua baseado em seis princípios. Entre eles, a transparência. Hoje são quase mil signatários e mais de US$ 30 trilhões de ativos sob gestão. Mais de 50% dos signatários são gestores de recursos. “Falamos de investimentos responsáveis porque acreditamos que terá muito impacto no desempenho dos investidores”. Para exemplificar, ela citou a o caso da British Petroleum após o vazamento que ocorreu em 2010, que gerou perda de 50% de valor de mercado da BP. No Brasil Maria Eugenia comentou sobre a queda de ações da Arezzo, após lançar uma coleção com algumas peças de raposa e receber diversas reclamações de ambientalistas por meio das redes sociais. “A proposta não é deixar de investir em empresas de setores específicos (como tabaco e petróleo), mas explicar alguns cuidados para gerir esses investimentos”, esclareceu. Mas como os investidores podem incorporar esse pensamento sustentável? Segundo ela, os investidores podem analisar a gestão de ativos e decidir não comprar certas ações ou então comprá-las e usar a posição de acionistas para exercer influência na companhia, sugerindo práticas mais sustentáveis. “É preciso olhar o risco de cada setor para fazer a análise”, comentou.Ainda de acordo com Maria Eugênia, é um mercado muito novo no Brasil e as empresas começam a ficar mais dispostas a conversar sobre o tema. Especialmente após um workshop realizado pelo PRI em 2008. O modelo de rede local brasileiro, inclusive, foi o primeiro a ser criado e formou a base para a estruturação do projeto, em diversas redes locais. No Brasil há quatro grupos: políticas de investimento, integração, recrutamento e engajamento. Este ano, o PRI participará da Rio+20 e do PRI in person, que é o encontro anual.
Fonte: Revista Apólice