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Infraestrutura antiga de TI limita transformação de seguradoras

O que mais atrasa as companhias de seguros em realizar a transformação tecnológica necessária para se ajustar às novas expectativas do mercado, como consumidores mais exigentes e até as mudanças climáticas, é a infraestrutura antiga de TI, afirma o executivo-chefe de estratégia da Earnix, Dror Pockard, em apresentação no InsurTech Connect (ITC), em Las Vegas.

Segundo o especialista, a Earnix realizou uma pesquisa com altos executivos de todo o mundo para entender os principais fatores que seguram um grupo de implementar o uso de novas ferramentas digitais, como inteligência artificial, machine learning e outras. ‘O principal fator, de longe, foi a ineficiência da estrutura de TI, com muitos sistemas legados e desorganização de dados’, disse.

De acordo com o chefe da operação na América Latina da Earninx, Ricardo Lachac, ’em geral, as seguradoras [mais antigas] costumam apresentar estrutura de tecnologia inflexível, com uma miríade de sistemas legados e várias plataformas diferentes operando para obter apenas um fim específico’.

O especialista citou ainda o fato de haver bolsões de dados separados, que mantêm informações dispersas e, muitas vezes, trazendo dados conflitantes. ‘Esse tipo de arranjo pode trazer, até mesmo, riscos regulatórios, com riscos de ‘compliance’.’

Pockard apontou a transformação digital como essencial para a indústria de seguros enfrentar um cenário que ele classificou como ‘tempestade perfeita’ para o setor. ‘O segundo trimestre deste ano foi o pior da indústria [de seguros global] em muitos anos. Muitas coisas estão acontecendo, como inflação elevada em todo o mundo, subida de custos das companhias, o que impacta na precificação dos seguros, mudanças climáticas — estamos vendo impactos disso, como inundações e eventos extremos. Além disso, temos um mercado em que os consumidores estão elevando as expectativas sobre as companhias, sem contar a própria pressão de competidores e as restrições regulatórias — todos os países têm —, além até da mudança da dinâmica no mercado de trabalho.’

Esses fatores estão redesenhando várias indústrias no mundo e a de seguros não é exceção.

De acordo com o CSO da Earnix, ‘não há outra maneira de enfrentar essa tempestade perfeita senão mudar tanto a forma como as empresas analisam os dados e os riscos, quanto a velocidade com a qual conseguem agir’.

Pockard explicou que ferramentas como inteligência artificial e machine learning, ou aprendizado de máquina, podem trazer soluções que possibilitem às seguradoras criar a habilidade de agir na velocidade certa, como, por exemplo, acelerar o tempo que a empresa leva para trazer um novo produto ao mercado, mudar parâmetros de uma proteção existente ou ajustar preços. ‘Agilidade é chave e distingue os melhores negócios.’ A Celent realizou outra pesquisa com mais de 700 executivos no mundo todo.

Segundo o chefe de seguros para a América Latina da companhia americana, Juan Mazzini, em um recorte da América Latina, 60% dos entrevistados declararam contar com uma estratégia de transformação digital.

Entre aqueles que contam com esse processo, a principal funcionalidade citada foi a implementação de softwares para administração de carteira, com 41% do conjunto.

Outras ferramentas, porém, como portal para atendimento aos clientes e sistema on-line para sinistros, apresentaram baixos percentuais de, respectivamente, 15% e 7%.

O mesmo levantamento indicou quatro operações como as principais transformações necessárias. O sistema automatizado para solicitações, sinistros e indenizações aparece em primeiro, com 34% das menções. Emissões instantâneas de apólices surge em segundo, com 30%. Depois surgem subscrição rápida e entrega mais veloz de documentos de apólices, com 28% cada.  

Fonte: NULL

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