Indenizações no seguro rural e no Proagro passam de R$ 5 bilhões
Os acionamentos de seguro rural e do Proagro em razão dos efeitos da seca no Centro-Sul do país já envolvem R$ 5 bilhões em possíveis indenizações.
Até o momento, foram mais de 81 mil avisos de perdas em lavouras de milho e soja, principalmente no Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, de acordo com levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura com dados coletados até 20 de janeiro.
No total, 42.541 apólices de seguro rural foram acionadas, com valor protegido de R$ 2,7 bilhões, e 38.906 comunicados de perdas (COPs) realizados no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), cujos prejuízos podem chegar a R$ 2,3 bilhões.
Daí porque o potencial pagamento de indenizações pelas seguradoras e pelo Banco Central já ultrapassa R$ 5 bilhões. Com a colheita em andamento, os números devem aumentar até o fim de fevereiro, projeta o Ministério da Agricultura.
A soja tem quase 37 mil acionamentos (32% das apólices sinistradas) e 22,2% da área contratada com seguro afetada – ou cerca de 1,7 milhão de hectares -, que será vistoriada pelas seguradoras. Outras atividades também têm sido prejudicadas pela estiagem e pelas altas temperaturas, como feijão, arroz, cana, frutas, verduras, a pecuária leiteira e apicultura.
Desde janeiro de 2019, as seguradoras pagaram aos produtores, em valores atualizados pelo IPCA, o equivalente a R$ 9,5 bilhões em indenizações, de acordo com informações do ministério.
Em 2018 e 2019, a estimativa de atendimento no seguro rural girava em torno de 50% da demanda. Para cada apólice com subvenção, havia outra sem acesso ao benefício.
Em 2020, o programa atendeu 82% da demanda e em 2021 em torno de 90%, quando atingiu 14 milhões de hectares com seguro, segundo o Ministério da Agricultura.
Para 2022, a demanda é de R$ 1,5 bilhão, mas o orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro prevê R$ 990 milhões. Caso não haja complementação de R$ 510 milhões, que será solicitada à equipe econômica, a Pasta estima diminuição da área assegurada para cerca de 10 milhões de hectares, abaixo do que foi contemplados nos últimos dois anos. Com R$ 1,5 bilhão, seria possível alcançar entre 15 e 16 milhões de hectares de área segurada.
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