Inclusão e diversidade são fundamentais para a sobrevivência das empresas
É preciso acelerar as políticas de inclusão por gênero, raça ou orientação sexual, sob o risco de o processo de representatividade nas corporações colocar o próprio negócio em risco. Caso contrário, os programas de inovação, tradicionalmente a cargo de profissionais mais jovens, podem sofrer apagões e comprometer a sobrevivência das empresas nos próximos anos ou décadas. Esse foi o alerta feito no painel “Como (e por que) integrar a diversidade nos negócios” que ocorreu na 1ª Conferência de Sustentabilidade e Diversidade, na CONSEGURO, o congresso bianual do mercado de seguros, realizado pela Confederação Nacional das Seguradores (CNseg), em Brasília, que vai até esta quinta-feira (5).
A consultora de inclusão financeira e apresentadora do podcast Finance Feminist, Alice Merry pediu engajamento das seguradoras no combate ao abuso econômico cometido contra mulheres por seus parceiros e assinalou que podem se inspirar nas ações já realizadas por bancos britânicos para reduzir vulnerabilidades das mulheres assediadas.
“Treinamento de pessoal, mudanças na forma de comunicação de sinistros e documentação alternativa para comprovar a identidade de vítimas de abusos, por exemplo, podem constar das cartilhas de seguradoras. No mercado londrino, bancos já aceitam o fechamento de contas conjuntas sem aprovação de parceiros agressores e cancelam apólices solicitadas pelas vítimas de relacionamentos abusivos”, disse a especialista.
Vinicius Mercado, subscritor (avaliador de riscos) sênior da AIG, relatou ações da seguradora multinacional para proteger minorias mais expostas a riscos de ódio, como LGBT. Em parceria com a associação internacional LGBT, a seguradora criou uma cartilha para indicar locais nos quais mais correm riscos em viagens internacionais, mantendo um call center para atendê-los em casos de incidente.
A seguradora, que também oferece uma cobertura adicional por práticas de ações indevidas nas empresas no âmbito do D&O, avalia as políticas de diversidades desses clientes e afere taxas diferenciadas, o que é um claro indicativo de que discriminação pode custar cada vez mais caro ao negócio.
“As empresas não podem ficar de fora e precisam ter um ambiente inclusivo. Isso é essencial. Não é só mais uma questão social, mas sobretudo econômica”, advertiu Ana Paula de Almeida Santos, moderadora do painel. A vice-presidente da Comissão de Capital Humano, Administrativo e Sustentabilidade da SulAmerica Seguros, Patrícia Coimbra, defendeu que “quanto mais diverso é um grupo, mais soluções inovadoras são encontradas, algo que é comprovado cientificamente”.
Fonte: NULL