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Inadimplência é maior causa de spreads altos, diz Banco Central

O Banco Central culpou a inadimplência de empresas e pessoas físicas pelos spreads dos empréstimos bancários elevados no País. Dados apresentados ontem pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, mostraram que a inadimplência responde por mais da metade (53,5%) da composição do spread, que é a diferença entre o custo de capta- ção do banco e o que ele cobra dos seus clientes nos empréstimos. A margem de lucro dos bancos é responsável por 23,8%. É a primeira vez desde 2012 que o BC revela uma fotografia do spread numa estratégia que está sendo construída para atacar o problema e garantir uma redução das taxas de juros das operações de crédito.

O peso dos impostos representa 15,8% do spread. As despesas administrativas respondem por 5,1%. Com a aceleração da queda da taxa Selic, o governo considera que o momento é ideal para fazer um novo combate nessa área. Medidas estão sendo preparadas para serem lançadas ao longo do ano. Para o governo, o aumento do crédito será um dos motores para a recuperação do crescimento. O diagnóstico do BC, porém, foi contestado pelo ex-diretor da instituição, Carlos Thadeu de Freitas.

“A inadimplência não aumentou tanto a ponto de justificar um peso tão grande no spread”, disse. Economista chefe da Confederação Nacional de Comércio (CNC), Freitas previu que as taxas de juros bancá- rios não vão cair tão cedo. Dados do BC apresentados em um evento para discutir o crédito mostram que, de dezembro de 2014 para dezembro do ano passado, o spread médio no Brasil nas operações com recursos livres (sem poupança e BNDES) saltou de 25,3 para 40,2 pontos porcentuais.

Fonte: O Estado de São Paulo

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