Governo estuda acionar termelétricas mais caras
Com o agravamento da situação do sistema elétrico brasileiro, devido à queda do nível dos reservatórios pela escassez de chuvas, o governo estuda a possibilidade de acionar termelétricas fora da ordem de mérito. Na prática, a medida prevê a partida de térmicas mais caras, movidas a óleo combustível e diesel, mesmo se não houver sinalização econômica para isso. Nesse caso, elas serão acionadas por critérios de segurança do abastecimento. A tendência, com isso, é um aumento do custo de energia para o consumidor.
“O despacho de termelétricas fora da ordem de mérito está sendo cogitado, não decidido. Temos, sim, de fato, uma preocupação com a situação. Agora começa a ter sinais de alguma chuva que pode começar a vir”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, a jornalistas, antes de participar de almoço com executivos e representantes dos setores de petróleo e energia, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.
Questionado sobre se a decisão de acionar as térmicas fora da ordem de mérito pode ser tomada amanhã, na reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o ministro disse não saber. ” A gente vai discutir”. Coelho Filho reafirmou que não há risco “mais severo” de desabastecimento, mas que pode haver, como já está ocorrendo, impacto nas tarifas de energia.
Questionado sobre as tratativas com a Petrobras para o fornecimento, pela estatal, de gás para térmicas que não estão operando por não ter contrato de suprimento do combustível, o ministro disse que o secretário-executivo do ministério, Paulo Pedrosa, está conversando com o diretor de gás e refino da Petrobras, Celestino Ramos, “para poder viabilizar [o gás]” para três térmicas.
O ministro disse ainda que espera a melhora das condições de saúde do presidente Michel Temer para dar continuidade à privatização do controle da Eletrobras. O objetivo é apresentar esta semana a Temer o texto da modelagem da desestatização da companhia.
Fonte: Valor