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Golpe do seguro desvia R$ 1,5 bilhão em um ano

O conhecido “golpe do seguro” gerou R$ 1,5 bilhão em perdas às empresas em 2005. A estimativa é da Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguro Privado e de Capitalização), que começou a fazer levantamentos sobre o tema há pouco tempo – o que explica a falta de dados de 2006, por enquanto.
“Implantamos no ano passado o Sistema de Quantificação de Fraudes”, explicou o gerente da Diretoria de Proteção ao Seguro da entidade, Mario Viola. Os dados estimam que 11,6% dos sinistros (indenizações) pagos há dois anos corresponderam a fraudes. No entanto, desses, apenas 1,6% (o que representa R$ 200 milhões) foi efetivamente comprovado.
Ao consumidor
Viola explicou que não é possível quantificar essa perda diretamente no bolso do consumidor, mas afirmou que gastos desse tipo têm influência direta sobre o preço do seguro.
“Cada seguradora tem um índice diferente de fraudes, assim como o peso delas, variando conforme o ramo e outros detalhes, no valor do prêmio (preço da apólice). Mas posso garantir que a sociedade perde diretamente”, afirmou, detalhando que a primeira delas seria com o preço do produto maior, o que afasta consumidores da adesão e, por conseqüência, prejudica investimentos .
Maior incidência
Viola afirmou ainda que não existem dados regionalizados sobre golpes dos sinistros. “Ainda estamos levantando essas informações”, explicou.
Por outro lado, adiantou que, como a Região Sudeste é a que possui maior número de pessoas protegidas por uma apólice – seja do ramo de veículos, imobiliário, de vida etc – com seguridade há o maior volume de pagamentos irregulares. Nessa localidade, o destaque vai para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
“Mas em proporção ainda não sabemos ao certo”, esclareceu.
Penalidades
O gerente da Fenaseg afirmou ainda que as penalidades contra fraudadores são muito “brandas”, o que não possibilita uma maior inibição do crime.
“O Código Penal estipula como penalidade reclusão de um a cinco anos e pagamento de multa”, disse. No entanto, a efetivação de uma prisão por esse fator tem chances nulas de ocorrer. “Se o réu for primário ele fica um tempo comparecendo em cartório para mostrar que está no Estado, e nada mais”, disse.
Por esse motivo, Viola explicou que empresas representantes do segmento buscam sensibilizar a Justiça para modificar as penalidades. “As seguradoras estão ampliando a fiscalização para essa fraude, mas quem comete o faz porque sabe que dificilmente pagará por isso”, finalizou.

Fonte: InfoMoney

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