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Ganho d US$ 26 bi das perfuradoras com proteção ao petróleo alastra dor por queda do preço

Para as empresas perfuradoras do xisto dos EUA, a queda nos preços do petróleo veio com uma rede de segurança (SÃO PAULO) — Para as empresas perfuradoras do xisto dos EUA, a queda nos preços do petróleo veio com uma rede de segurança de US$ 26 bilhões. Esse valor é a quantia que elas receberão devido a um seguro que compraram para se protegerem de um mercado baixista — enquanto os preços permanecerem baixos. O outro lado é que aqueles que venderam as proteções ao preço agora precisam honrá-las. No topo da lista estão os mesmos bancos de Wall Street que financiaram a maior explosão energética da história dos EUA, incluindo JPMorgan Chase Co., Bank of America Corp., Citigroup Inc. e Wells Fargo Co.Embora vender parte do risco a terceiros seja uma prática padrão para eles, é quase impossível identificar quem exatamente está com problemas, porque não existem regras que exijam que todas as transações sejam reveladas. Os compradores vêm de grupos como fundos hedge, companhias aéreas, refinarias e empresas de serviços públicos.“Aqueles que estavam dispostos a vender isso ficaram de mãos vazias quando os preços se mexeram”, disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC, um fundo hedge de energia em Nova York. O rápido declínio dos preços do petróleo nos EUA — de US$ 107,26 em 20 de junho para US$ 46,39 sete meses depois — pegou os participantes do mercado de surpresa. Harold Hamm, o bilionário fundador da Continental Resources Inc., retirou a proteção de sua empresa em outubro, apostando em uma recuperação. Em vez disso, o petróleo continuou caindo.Nomes de contraparte Outras empresas adquiriram seguro. O valor justo dos hedges mantidos por 57 empresas dos EUA no índice Bloomberg Intelligence North America Independent Explorers and Producers subiu para US$ 26 bilhões em 31 de dezembro, aumento de cinco vezes em relação ao final de setembro, segundo dados compilados pela Bloomberg. Embora seja difícil determinar quem acabará perdendo dinheiro nos negócios e quanto, um punhado de empresas perfuradoras revela os nomes de suas contrapartes, permitindo entrever como o risco da queda dos preços do petróleo se espalhou pelo sistema financeiro. Mais de uma dúzia de empresas do setor de energia diz que compra hedges de seus bancos, entre eles JPMorgan, Wells Fargo, Citigroup e Bank of America.Danielle Romero-Apsilos, uma porta-voz do Citigroup, disse que o banco oferece proteção ativamente e gerencia o risco dessa proteção. Representantes do JPMorgan, do Wells Fargo e do Bank of America preferiram não comentar. No final de 2014, o JPMorgan possuía cerca de US$ 671,5 milhões em exposição a derivativos de cinco empresas de energia, incluindo Pioneer Natural Resources Co., Concho Resources Inc., PDC Energy Inc. e Antero Resources Corp., segundo registros da empresa. Esse é o montante que o JPMorgan teria devido se os contratos tivessem sido saldados em 31 de dezembro, sem a inclusão de nenhuma transação de compensação que o banco tenha feito. Negócio de energiaEste não é, claramente, o tipo de número que desencadearia qualquer espécie de preocupação de risco sistêmico. As commodities são, geralmente, pequenas partes dos negócios dos bancos na comparação com o empréstimo e a subscrição, e os bancos se protegem do risco do preço do petróleo. As instituições financeiras atuam como um intermediário, vendendo derivativos de petróleo para uma empresa e comprando de outra enquanto embolsam tarifas e lucram com a diferença, disse Charles Peabody, analista da Portales Partners LLC em Nova York. A questão é se os bancos foram capazes de compensar adequadamente seu risco quando o mercado sofreu uma queda livre, disse ele. “Os bancos sempre nos dizem que tentam afastar o risco”, disse Peabody. “Eu sei, pela história e pela prática, que isso é ótimo no conceito, mas é difícil de fazer na realidade”.

Fonte: InfoMoney

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