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Furacão encarece contrato do IRB

A estatal IRB-Brasil Re, que detém o monopólio do resseguro no país, espera fechar nos próximos dez dias o contrato internacional de resseguros para cascos (navios), transportes marítimos e plataformas de petróleo. Porém, será com mais de um mês de atraso e com um custo um pouco superior (cerca de 2,4%) em relação ao orçado inicialmente. Conhecido como “Marine” no mercado segurador, o contrato cobre, de forma automática, os riscos de sinistros daqueles setores até US$ 80 milhões e é um dos mais importantes do país.
Dentro do novo modelo de contratação dos corretores (“brokers”) por licitação, instituído no ano passado, o IRB contratou o consórcio Aon/Cooper Gay para negociar a renovação do “Marine” com os resseguradores internacionais em melhores condições de custo e cobertura. O consórcio conseguiu reduzir o custo em prêmios do contrato em 20% comparado ao anterior, para US$ 6,5 milhões aproximadamente. Porém, teve dificuldade em colocar uma parte do contrato, devido aos efeitos do furacão Katrina, que causou perdas recordes aos resseguradores de navios e plataformas de petróleo americanos, arrastados e afundados no Golfo do México.
A deficiência do contrato levantou suspeitas no mercado de que a estatal estivesse sob risco de desequilíbrio financeiro caso haja algum acidente de grandes proporções envolvendo navios ou plataformas de petróleo até o encerramento da contratação junto às resseguradoras no exterior.
Eduardo Nakao, presidente do IRB, explicou que a parte não colocada refere-se aos riscos menores, até no máximo US$ 5 milhões e que, caso haja algum sinistro nesse valor até o encerramento do contrato, o IRB tem patrimônio suficiente para cobrir. A cobertura para os riscos acima de US$ 5 milhões já está contratada.
“Não há risco nenhum para o IRB. A perda está limitada a US$ 3 milhões (seja qual for o tamanho do sinistro) o que é totalmente suportável pelo patrimônio do IRB”, explicaram Nakao e o diretor Francisco Aldenor. Segundo eles, o reajuste esperado, de 2,4%, “é absolutamente normal” nesse tipo de negociação e ainda assim, o custo total para o IRB será significativamente inferior este ano do que foi no ano passado. Nakao não quis informar valores, porém fontes do mercado que acompanharam a negociação disseram que o custo do IRB no ano passado era de US$ 10 milhões, caindo agora para US$ 6,5 milhões. Além de estabelecer a licitação para escolha dos “brokers”, o IRB trouxe uma inovação que não agradou os corretores: incorporou ao “Marine” o resseguro dos operadores portuários, que antes era contratado em separado. Com isso, limitou o espaço dos “brokers”.

Fonte: Valor

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