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Fundo mais robusto

Berlim e Paris parecem estar próximos de um acordo antes da reunião de cúpula neste fim de semana sobre o euro. Notícias indicam que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Feef) deverá ser reforçado, com um aumento para até 2 trilhões. Por outro lado, a Grécia pode ter encontrado uma grande fonte de novas receitas fiscais.
A ser apresentado no fim de semana aos líderes da União Europeia reunidos em Bruxelas para um encontro de cúpula que visa encontrar maneiras de tirar a zona do euro da crise da dívida, um acordo já estaria tomando forma. Mas preocupações com a saúde fiscal da França parecem ter criado novos obstáculos no esforço para salvar o euro.
O Financial Times publicado na Alemanha informou que líderes da zona do euro concordaram com um plano para elevar a dotação para o Feef acima dos 440 bilhões de capacidade de empréstimo que o fundo tem hoje. Segundo o jornal, com o reforço, o fundo teria capacidade de fornecer ajuda de até 1 trilhão. Informação similar foi dada pelo britânico The Guardian, indicando que o teto poderia chegar a 2 trilhões.
Em vez de se dar uma licença bancária ao Feef, ideia inicial à qual houve oposição generalizada, o fundo se tornaria um tipo de seguradora oferecendo garantias de pagamento com base no prejuízo estimado, tanto para investidores privados como públicos. Basicamente, os investidores teriam garantia de 20% a 30% contra perdas sofridas nos investimentos em títulos soberanos.
Nas últimas semanas o aumento da capacidade do Feef tem sido visto como inevitável. Mesmo quando Parlamentos da zona do euro votaram a favor de uma expansão do fundo para chegar ao valor atual já havia um consenso no sentido de que os 440 bilhões não seriam suficientes.
Mas é uma medida impopular na Alemanha. Nos dias anteriores à votação pelo Parlamento, vários deputados insistiram ser contra novo aumento. O Partido Liberal Democrata, parceiro de coalizão da chanceler Angela Merkel, que até ameaçou acabar com o fundo, mudou o tom. O atual plano não exigirá que a Alemanha eleve suas garantias além dos atuais 211 bilhões.
Notícias sobre o acordo surgiram no final de um dia de fortes incertezas no mercado, depois que a agência Moodys indicou que pode rever a atual nota AAA da França. Segundo a agência, a nota pode estar em risco no caso de dinheiro público ser necessário para recapitalização dos bancos franceses.
O anúncio foi feito em meio às negociações em curso para reunir um segundo pacote de ajuda para a Grécia. Em julho, líderes da zona do euro concordaram com um plano de ajuda de 109 bilhões para Atenas – além dos 110 bilhões de 2010. Mas, desde então, ficou claro que o país precisava de muito mais.
Qualquer novo pacote de ajuda certamente incluirá redução da dívida da Grécia acima dos 21% acordados em julho. A Alemanha insistiu numa redução de 50%, ao passo que o Banco Central Europeu e a França resistem. O acordo derradeiro, que também deverá ser finalizado na cúpula da UE no domingo, provavelmente ficará entre 30% e 50%.
Além dos esforços para aliviar a dívida da Grécia, outras medidas devem ser adotadas para ajudar o país a sair das dificuldades financeiras. Horst Reichenbach, que dirige a força-tarefa da UE para a questão grega, disse que Atenas está tentando fechar um acordo com a Suíça que poderia elevar a capacidade do país de processar fraudadores do fisco que fazem depósitos em contas bancárias suíças.
Cidadãos gregos depositaram cerca de 200 bilhões na Suíça e a maior parte não foi declarada. De acordo com especialistas, até 120 bilhões saíram do país desde o início de 2010, provocando redução da capacidade de empréstimo dos bancos gregos.
Acordo poderá ser similar a um outro firmado entre Alemanha e Suíça pelo qual os bancos suíços estabelecerão impostos sobre depósitos vindos da Alemanha e os lucros de investimento resultantes. Em troca, Berlim não promoverá nenhuma ação legal contra os investidores ou contra os bancos suíços. Esse acordo, disse Reichenbach, “será uma excelente via para a Grécia ter acesso a uma nova fonte de receita fiscal e ao mesmo tempo conter a fuga de capital do país”.

Fonte: O Estado de São Paulo

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