Fundo Imobiliario tem cotas de até R$100
Seria ótimo investir em imóveis sem ter as costumeiras preocupações com a administração, os impostos e a manutenção. Nesse cenário, os fundos imobiliários são uma alternativa de investimento, já que toda a gestão fica a cargo do administrador do fundo. Os fundos funcionam da seguinte maneira: o investidor ad-quire parte das cotas de um determinado imóvel que será alugado e se torna proprietário de uma pequena parcela deste imóvel. O rendimento mensal da locação será pago ao grupo de investidores percentualmente sobre o valor investido. A carteira pode ser composta de qualquer empreendimento imobiliário que já exista ou esteja em construção. A composição também é variada: hotéis, flats, hospitais, edifícios comerciais, shopping centers e parques temáticos. Os fundos imobiliários são uma modalidade de investimento relativamente recente. Eles foram regulamentados no País em 1993 e, a partir de 2003, passaram a ser negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Atualmente, 64 fundos estão registrados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é o órgão responsável pela regulamentação do setor, sendo que destes, há 14 disponíveis para aplicações de pessoa física. “O objetivo exclusivo é in-vestir em imóveis. No Brasil, há uma tendência em se investir em imóveis prontos, que já gerem renda, como shopping centers, hospitais e escritórios”, afirma Sérgio Belleza Filho, especialista em fundos imobiliários e consultor da corretora Coinvalores. De acordo com Belleza, a rentabilidade depende de cada fundo. Ele cita como exemplo o Fundo Imobiliário Almirante Barroso, que abriga a sede da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro. Em 2003, quando foi lançado, o preço da cota era de R$ 1 mil. Hoje, a mesma cota é vendida a R$ 1.320, com uma rentabilidade mensal de 1,33%. “Os fundos vendidos pela Caixa ajudaram a popularizar o mercado de fundos imobiliários. Como muita gente quis comprar, os papéis tiveram alta e obtiveram negócios em 98% dos pregões em que estiveram presentes”. Outro caso, é o fundo do Shopping Pátio Higienópolis. Em 2000, a cota foi vendida a R$ 100 e agora o valor é de R$ 210, com uma rentabilidade mensal média de 1,70%. “A rentabilidade varia todo mês, de acordo com o desempenho do comércio varejista, da performance das lojas e também de algumas datas que impulsionam as vendas, como o Natal”, avalia Belleza. Nos últimos dois anos, os fundos imobiliários apresentaram uma retração. Para o consultor, esta queda deve se à alta taxa de juros. “O ano passado foi desastroso. Não houve nenhum lançamento. Com as altas taxas de juros, não há procura pelo mercado imobiliário”, diz. Belleza acredita que a constante queda na taxa básica de juros irá favorecer a retomada do setor. MP do Bem. A isenção do Imposto de Renda (IR) é outro benefício que irá dinamizar o mercado. Um dos artigos da Medida Provisória 255, conhecida como MP do Bem, aprovou, no final do ano passado, a isenção do pagamento da alíquota de IR sobre os rendimentos dos fundos imobiliários. Para tanto, há quatro condições: o investidor deve ser pessoa física, ele não pode ter mais de 10% das cotas do mesmo fundo, limite de 50 cotistas para cada fundo e a obrigatoriedade de ser negociado na Bovespa.
Vantagens e desvantagens. “Os fundos imobiliários são investimentos conservadores, porém não envolvem tanta burocracia”, afirma Belleza. Apesar de conservadores, eles apresentam maior liquidez que o investimento direto em imóveis, já que no, momento da venda não se tem a burocracia de escrituras, certidões, despesas e assinatura do cônjuge. Outra vantagem dos fundos imobiliários é´ o baixo investimento. Algumas cotas custam R$ 100, o que os torna acessíveis ao pequeno e médio investidor. A modalidade também possibilita o fracionamento do investimento, pois existe a possibilidade de vender uma parte das cotas e manter o restante, enquanto no investimento direto em imóveis, o proprietário pre-cisa vender todo o imóvel e liquidar seu investimento. A facilidade em controlar o investimento é outro fator positivo, já que o valor das cotas é divulgado nos jornais. Na compra direta de imóveis é necessário a avaliação de um corretor de imóveis. Os fundos também
oferecem a possibilidade de diversificação dos investimentos, o que diminui os riscos, já que se pode comprar cotas de vários ou de um mesmo fundo, desde que se aplique em mais de um investimento.
Entretanto, os fundos estão sujeitos ao risco de inadimplência dos locatários, assim como acontece no investimento direto em imóveis. No entanto, este risco diminui porque os contratos geralmente são longos e os imóveis são alugados por bancos ou em-presas. Além disso, os fundos imobiliários não têm resgate automático, ao contrário dos fundos de investimentos tradicionais. Quem deseja investir nos fun-dos imobiliários, deve procurar uma corretora que vai negociá los na Bovespa ou na Sociedade Operadora do Mercado de Ativos (Soma). Contudo, o investidor deve se informar sobre o seu funcionamento, preços das cotas, taxa de administração, a administradora do fundo, os prazos e a rentabilidade. “É preciso analisar o que produz a renda e os possíveis riscos, como, por exemplo, se o imóvel possui apenas um inquilino ou mais e se isso pode afetar o investimento”, recomenda Belleza. Para tanto, o investidor dispõe de dois documentos importantes: o Regulamento e o Prospecto. O Regulamento explica as regras básicas de funcionamento do fundo, como, por exemplo: a taxa de administração, o mecanismo de distribuição de resultados e a política de investimentos. No Prospecto, o investidor encontra informações como quem é o gestor, qual o público alvo, a política de distribuição de resultados, os riscos envolvidos e um Estudo de Viabilidade (EV).
Fonte: DCI OnLine