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Fundo britânico investe em corretoras de seguros do Brasil

De olho em oportunidades de consolidação em um mercado que movimentou R$ 15 bilhões apenas no ano passado, a gestora de fundos de private equity britânica Actis fechou um investimento de US$ 100 milhões (R$ 250 milhões) na criação de uma holding de corretoras de seguros no país. Batizada de It’s Seg, a companhia será comandada por Thomaz Menezes, ex-presidente da SulAmérica e da corretora americana Marsh. O executivo também é sócio da holding, formada inicialmente da associação de três corretoras: Torres Benefícios, Grupo Raduan e Barela Seguros, cujas marcas serão mantidas no mercado.Com foco em planos de benefícios para clientes corporativos, incluindo seguros saúde e odontológico, as empresas possuem pelo menos duas décadas de atuação no mercado. A participação individual dos sócios não foi revelada.A combinação dos negócios formou uma companhia com R$ 1 bilhão em prêmios de seguros intermediados e um total de 400 mil beneficiários. O objetivo é dobrar a receita em um período de três anos, segundo Chu Kong, sócio e responsável pelo escritório local da Actis.Do investimento de US$ 100 milhões, uma parcela foi destinada à compra de parte das ações dos sócios das corretoras, que permanecem no negócio, agora com participação na holding. A maior parte dos recursos, porém, foi alocada na companhia para tocar o projeto de crescimento via aquisições, o que permitirá a expansão para outros segmentos, como apólices voltadas para pessoas físicas, entre elas de seguro de automóveis. A expectativa é que o primeiro negócio seja anunciado “no curto prazo”, diz Kong.A It’s Seg, que já nasce como uma das dez maiores corretoras de seguros do mercado, foi resultado de um projeto de 18 meses, segundo o executivo. Com um universo de cerca de 70 mil empresas, trata-se de um segmento extremamente fragmentado. “Isso é música para os ouvidos de um private equity”, afirma. Segundo a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), o país tem 27 mil corretores de seguros constituídos como pessoa jurídica e outros 53 mil corretores pessoa física.O processo de consolidação do setor foi liderado nos últimos anos pela Brasil Insurance, holding de corretoras de seguros criada por iniciativa da gestora Gulf, que abriu o capital em 2010. A companhia, porém, teve seu modelo de negócios questionado pelo mercado depois que apresentou grande perda do valor dos ativos e o cancelamento de contratos. Na avaliação de analistas, faltou alinhamento entre o interesse de tantos sócios. Agora, a empresa passa por um processo de reestruturação. A ação da companhia tem uma perda de quase 60% no ano.Os executivos da It’s Seg fizeram questão de ressaltar que o seu projeto é bem distinto da iniciativa da Brasil Insurance, a começar pelo número bem menor de corretoras, o que ajudaria no alinhamento de interesses. Outra diferença é que cada sócio entrou com o seu ativo no negócio e já recebeu sua participação na holding, sem resultados futuros atrelados à performance da sua companhia individualmente dentro do grupo, como ocorria no modelo de aquisição da Brasil Insurance. “Todos compartilham da mesma geração de resultado”, diz Kong.No país, a Actis detém participações em empresas como a rede de ensino superior Cruzeiro do Sul e a escola de idiomas CNA, além da corretora XP Investimentos.Os fundos de private equity investem em participações em empresas com o objetivo de vendê-las com lucro no futuro. No caso da Actis, a estratégia de saída considera duas possibilidades: a venda para uma grande corretora multinacional ou uma abertura de capital. “Já estamos entre as maiores corretoras e planejamos dobrar de tamanho em três anos. Vamos ter escala para qualificar a companhia para um IPO em até cinco anos”, diz Kong.

Fonte: Valor

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