Fraudes em seguros na AL somam US$ 50 bilhões por ano
As fraudes em seguros na América Latina geram perdas anuais em torno de US$ 50 bilhões e o país da região que lidera o ranking é a Argentina. O lanterna é o Chile, com o Brasil na média dos 18 países associados da Federação Interamericana de Empresas e Seguros (Fides), de acordo com o presidente da entidade, Rodrigo Bedoya.
Na Argentina, 45% dos prêmios do setor são fraudados, segundo o executivo da entidade. Enquanto isso, no Brasil, que fica na média, as fraudes giram em torno de 14% a 15% das receitas das seguradoras.
Já o país mais seguro, por sua vez, é o Chile, com a taxa de perdas com fraudes das seguradoras privadas em torno de 2% a 3% dos prêmios. Esse baixo índice de fraudes entre os chilenos têm a ver com a mentalidade coletiva e com a cultura, que tem mais apego às leis, destacou Bedoya.
Segundo ele, 80% das fraudes no setor segurador ocorrem em dois ramos de negócios: de saúde e de automóveis. É preciso uma campanha mais efetiva para convencer os segurados sobre a ilegalidade nas fraudes, defendeu o executivo, que destacou a necessidade de um maior envolvimento das autoridades sobre a importância do mercado de seguros na economia de um país. É preciso haver mais diálogo entre reguladores e os seguradoras, porque, na região, a percepção dos órgãos de regulação do setor é de que o trabalho está focado na fiscalização, mas estamos convencidos de que uma parte do rol do regulador tem a ver em promover o desenvolvimento do mercado segurador, disse.
E, nesse sentido, não vemos interesse das autoridades de governo de buscarem um trabalho conjunto em benefício dos mais expostos e com menores recursos em um esquema que poderia fazer diferença na vida das pessoas. É possível implementar soluções de baixo custo, mas não vejo esse diálogo ainda entre os países da região, acrescentou.
Bedoya participou do lançamento oficial da próxima conferência da Fides, que será realizada no Rio de Janeiro, entre os dias 24 a 26 de setembro deste ano.
Ao comentar sobre o evento que será realizado após dois anos de interrupção devido à pandemia, pois o último ocorreu na Bolívia, em 2019, Bedoya destacou que a entidade pretende divulgar dados consolidados dos impactos da covid-19 no setor segurador. Os números oficiais são muito menores, assegurou o executivo que, durante sua gestão à frente da Fides, vem procurando consolidar os dados regionais na plataforma da entidade.
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