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Forte concorrência e queda nos lucros preocupam

O cobiçado mercado ressegurador brasileiro vem enfrentando problemas que, até o momento, ainda não têm ligação direta com a retração da economia. O principal desafio é a forte concorrência que se estabeleceu no mercado a partir da queda do monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), em 2007, e que atraiu para o País mais de uma centena de resseguradoras globais. Em ritmo acelerado, a acirrada competição acaba beneficiando os segurados, que conseguem negociar bons preços, mas tem comprometido o sucesso financeiro das empresas.
Nesse círculo pouco virtuoso para as empresas, o resultado foi a queda de 50% nos lucros de 2012 para 2013, que somaram US$ 250 milhões. “Com isso houve forte queda de rentabilidade. O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em torno de 6%,o que é baixo”, adverte o presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Paulo Pereira, principal executivo da Transatlantic Reinsurance Company, 10ª empresa no ranking global, com faturamento de US$ 400 bilhões no ano passado.
No Brasil, a receita da companhia também praticamente caiu à metade, em 2013,e somou R$ 270 milhões. “Os resseguradores querem ganhar dinheiro no País. Por isso, penso que haverá reviravolta no mercado”, prevê.
O quadro do resseguro no Brasil mudou efetivamente a partir de 2008,com o processo de entrada dos grandes players. À abertura do mercado, juntem-se as expectativas auspiciosas que alimentaram a cobiça das empresas estrangeiras, reverberadas pelos projetos de infraestrutura para suportar o desenvolvimento do País (estradas, usinas hidrelétricas, portos e aeroportos) e, para, sediar os eventos esportivos da Copa do Mundo, este ano, e os Jogos Olímpicos, em 2016,mais os gigantescos projetos em torno do pré-sal. “Estamos falando de um mercado de US$ 3 bilhões. Não é grande o suficiente para tantos players. O mercado brasileiro não tem capacidade para tamanha concorrência que, na prática, acaba sendo positiva apenas para os clientes”, avalia o presidente da Fenaber.
Com tantos atrativos, de apenas uma empresa, o extinto IRB, o Brasil passou a ter 116 empresas resseguradoras, das quais apenas 16 locais (com capital formado no Brasil) nos últimos cinco anos. Entre as quais, a IRB Brasil Re, resultado da privatização do antigo instituto – a resseguradora passou a ser controlada pelas seguradoras do Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco.
“Havia grande expectativa dos resseguradores de ganhar muito dinheiro no Brasil, mas a competição é muito forte. Penso que haverá um realinhamento no mercado para que as empresas possam ter melhor rentabilidade”, avalia Pereira.

Fonte: Jornal do Commercio

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