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Foco da TI está em envolver mais os clientes e gerenciar os riscos

Praticamente todas as recentes pesquisas sobre o mercado segurador têm como mote a tecnologia. E os estudos deixam claro uma coisa: ou a seguradora inova ou morre. A consultoria Bain & Company afirma que apesar de 30% a 70% dos clientes de seguradoras interagirem com as companhias por ferramentas digitais, as grandes empresas ainda estão fortemente atrasadas no quesito digitalização quando comparadas a outros setores.

O estudo, que entrevistou 158 mil pessoas em 18 países, afirma que com esse atraso, startups começaram a galgar espaço dentro do setor e as seguradoras tiveram que se movimentar rapidamente para reverter o prejuízo – e elas têm de acelerar, já que 79% dos seus clientes pretendem realizar interações digitais a curto prazo, em âmbito mundial.

“Algumas empresas ainda não entendem bem como extrair valor a partir das informações coletadas, direcionando grande parte dos investimentos à superação de problemas de gestão de dados, mas o fato de investirem em tecnologia já é um excelente primeiro passo para garantir presença no mundo digital”, afirma Rodrigo Maranhão, sócio da Bain & Company.

Fernando Nogueira César, gerente da Dell, conta que um recente estudo revelou que um quarto de todos os clientes de uma seguradora planeja comprar ou renovar o seguro por meio de canais digitais nos próximos 12 meses. Mais de 45% dos clientes de classe A e B da geração X devem adotar ecossistemas inteligentes, dispositivos conectados e vestíveis. Já na geração Y esse percentual sobe para 50%. Cerca de 31% dos clientes com alto poder aquisitivo afirmam que podem vir a contratar seguros de empresas de tecnologia, percentual que sobe para 47% entre os clientes mais abonados da geração Y.

Daniel Rocha, da Capgemini, afirma que o Brasil tem feito avanços importantes no desenvolvimento de aplicações móveis. “Há, por exemplo, um aplicativo de seguro residencial integrado com sensores, como alarmes, câmeras e detectores de incêndio, que permitem monitoramento 24 horas da casa do segurado. E isso é oferecido como um pacote pela seguradora”, conta.

Outro exemplo que já se torna banal nas conversas entre os profissionais de seguradoras é um aplicativo de seguro de automóvel que, integrado a um sensor instalado no veículo, monitora a quilometragem mensal do usuário e cobra o seguro proporcional a essa quilometragem, num modelo de seguros denominado “Pay as You Go”. No Brasil ainda são apenas testes, mas já há quem prometa fazer o lançamento em 2017.

Outro nicho que começa a surgir de forma mais assídua é a oferta de aplicativos de compra colaborativa de seguros, pelo qual um grupo que tenha uma afinidade em comum, como ciclistas, por exemplo, se reúne para comprar seguros que antes seria impossível de adquirir individualmente. “E tudo por meio de mídias sociais. É o conceito de “sharing economy” aplicado a seguros”, explica Rocha.

Os consultores citam três áreas onde a inteligência tecnológica pode ser aplicada pelas seguradoras para construir um melhor relacionamento com os clientes e gerar novas fontes de receita. O primeiro é a gestão de riscos, com melhor monitoramento dos clientes, que passam a receber descontos e incentivos para compartilharem seus dados com a seguradora.

A IoT também é uma aliada valiosa para as seguradoras na segmentação de clientes. É fato que até pouco tempo atrás as companhias tinham seus alicerces calcados em criar produtos rentáveis. Somente recentemente passaram a ter o cliente como foco e agora precisam descobrir quem são seus clientes, o que os consumidores querem e com base nisso criar produtos e serviços. Muitas seguradoras ainda não tem ideia de quem são seus clientes e ainda rejeitam ramos que acreditam não ser rentáveis.

E o terceiro ponto citado pelos consultores sobre os benefícios da IoT é o envolvimento do cliente. “Esse é o grande desafio. Que benefícios ofertar aos clientes para que eles se sintam motivados a compartilhar sua opinião conosco”, comenta o CIO da SulAmérica, Cristiano Barbiere. “A questão está em como fazer algo que o cliente veja valor e se relacione mais com as companhias”.

Fonte: Valor

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