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Financiamento no cartão chega a 60%

Com o incentivo das compras parceladas sem juros, as projeções apontam para um volume de gastos com cartões de R$ 6,1 bilhões apenas no período que vai do dia 18 ao dia 24, segundo levantamento da Itaucard. Serão 246 milhões de transações.
Os cartões devem ter em dezembro o maior faturamento mensal da história. As compras pagas com o dinheiro de plástico vão movimentar R$ 20,7 bilhões, a primeira vez que o segmento tem um volume maior que R$ 20 bilhões em um único mês. Em média, os outros meses deste ano tiveram volume de R$ 14,6 bilhões.
As compras parceladas sem juros no cartão (o chamado “parcelado lojista”) devem responder por quase 60% do faturamento (R$ 12 bilhões) em dezembro. Uma invenção brasileira, criada em 1997 para competir com o cheque pré-datado, este tipo de financiamento não pára de crescer. Depois do sucesso aqui, está sendo “exportado” para países como Chile e Argentina.
Este ano, o parcelado deve representar 51,6% do volume movimentado pelos cartões (estimado em R$ 182 bilhões) no Brasil. Em 2005 era 48,5% e em 2003, 41,5%. Em dezembro, este percentual cresce ainda mais. Deve ficar entre 55% e 60%, principalmente por causa da venda de eletrodomésticos e eletroeletrônicos pagos com cartão. Os hipermercados e supermercados são onde as pessoas mais usam o plástico, com 21% do faturamento.
Já os cheques estão perdendo espaço. A distância entre o uso do plástico e os cheques aumentou ainda mais este ano. Em 2007, serão 2,4 bilhões de transações com cartão e 1,5 bilhão de cheques compensados.
Na avaliação de Fernando Chacon, diretor de marketing de cartões do Itaú, com o cheque há o risco de fraudes e ainda o de inadimplência. Com o parcelado, se por um lado o estabelecimento recebe o valor das compras também de forma parcelada, por outro, o fato de oferecer esta opção ao cliente, incentiva as vendas. Além disso, há o fato de não haver inadimplência, pois o banco paga o lojista caso a fatura deixe de ser quitada.
A outra modalidade de financiamento dos gastos com o cartão, o parcelamento da fatura, tem registrado queda. Com juros estratosféricos, que chegam a 14% ao mês, os consumidores têm ficado longe deste tipo de crédito. Segundo Chacon, a propensão de financiar a fatura caiu de 47% para 35%. O executivo avalia que os juros do rotativo tendem a cair para a casa de um dígito em 2008, acompanhando a queda da Selic. As taxas de inadimplência também estão em queda, segundo Chacon, que não revela os valores.
Os cartões de crédito vêm crescendo na casa dos 20% desde o Plano Real, em 1994. Chacon avalia que a expansão vai se manter neste ritmo por mais um três ou quatro anos. Mais recentemente a baixa renda vem impulsionando o setor, com ofertas de cartões nas ruas e no comércio varejista. Desde 2003, o volume movimentado com cartão por quem ganha menos de R$ 1.499 por mês subiu 137%. Já quem tem renda maior que R$ 1.500 subiu 85%.

Fonte: Valor

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