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Famílias têm mais fôlego para gastar

O orçamento das famílias está menos comprometido, mas esse alívio não deve se traduzir num ganho de fôlego para o consumo. Ao contrário. Por ora, o cenário traçado pelos economistas para os gastos dos brasileiros é cada vez mais fraco diante das incertezas que pairam na economia.

Os analistas ainda esperam um avanço do consumo, mas menor do que previsto no início do ano. As primeiras projeções apontavam para uma alta superior a 3,5%, mas hoje parte dos economistas acredita num crescimento de apenas 2,5% e há possibilidade de essa previsão recuar ainda mais.

O ajuste no orçamento das famílias fica evidente quando se analisa o comprometimento delas com compromissos financeiros. Em 2018, esse comprometimento vai recuar para 25,5%, segundo projeção da Tendências Consultoria Integrada. Será o segundo ano seguido de queda. Ou seja, as famílias terão mais dinheiro disponível para gastar do que tinham em 2016, por exemplo.

“O que está fora do lugar é a questão da confiança. O ambiente está contaminado. Há pouca clareza de como o Brasil vai ser conduzido a partir do próximo ano e isso atrapalha muito”, diz o economista da Tendências Adriano Pitoli.

São vários fatores que explicam o desempenho mais modesto do consumo: o mercado de trabalho não se recuperou como esperado, há uma elevada incerteza com o futuro da economia por causa quadro eleitoral e a recente greve dos caminhoneiros tirou parte do humor dos consumidores.

O publicitário Lucas Elias Oliveira, de 31 anos, é um dos consumidores que estão cautelosos. Ele decidiu economizar na conta de energia e parou de usar o chuveiro elétrico. Hoje, toma banho frio. “Desliguei o chuveiro e a conta caiu pela metade”, afirma. “Moro no interior, em Ribeirão Preto, onde faz mais calor, então lá é possível tomar banho frio.”

Confiança estagnada
Os últimos números da confiança do consumidor corroboram esse quadro de fraqueza e de dificuldade de retomada.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), recuou para 82,1 pontos em junho, menor nível desde agosto de 2017. A pesquisa captou tanto uma piora na percepção atual como nas expectativas, ou seja, com o futuro da economia brasileira.

“O consumidor está cauteloso porque está reduzindo o otimismo em relação ao mercado de trabalho, que é essencial para recompor o orçamento doméstico e reequilibrar as contas familiares. E tem ainda a incerteza eleitoral”, diz a economista do Ibre/FGV Viviane Seda.

 

Fonte: G1

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