Famílias gastam mais, governo menos
Os brasileiros voltaram a gastar e ajudaram a puxar o PIB em 2017. O consumo das famílias é responsável por 63,4% do PIB brasileiro e cresceu 1% no ano, estimulado pela baixa inflação e recuperação do emprego.
Por outro lado, os gastos do governo encolheram 0,6%, em meio à crise fiscal de governos federais, estaduais e municipais, puxaram o PIB pra baixo.
“Quando a gente olha, sob a ótica da despesa, comparando 2017 a 2016 o que mais chama a atenção é o consumo das famílias. De uma queda de 4,3% no ano anterior, ele cresceu 1% e foi a principal responsável pela reversão do PIB”, disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis.
Menor investimento da história
O volume de investimentos na economia recuou 1,8% em 2017, para cerca de R$ 1 trilhão. Com isso a taxa de investimento, ou seja, o percentual do valor investido sobre o PIB, ficou em 15,6% em 2017, a menor da série histórica do IBGE. No ano anterior, o índice foi de 16,1%.
Rebeca enfatizou que 52,2% do investimento na economia brasileira vem da construção civil, que ainda não se recuperou da crise e continua a encolher. “Por isso o resultado da taxa de investimento ter sido a menor da série.”
Poupança maior
A recuperação da economia também levou a um aumento da taxa de poupança na economia, que fechou o ano em 14,8% em 2017, contra 13,9% no ano anterior.
Ou seja, aumentou o poder de consumo. Dinheiro na mão do consumidor é usado para gastar e também para poupar. Tanto que a gente observa que também houve crescimento da taxa de investimento na poupança
Balança comercial ajudou
O setor externo também contribuiu para o PIB de 2017. A balança comercial registrou um superávit de US$ 67 bilhões, o melhor resultado em 29 anos.
As exportações foram um pouquinho maior que as importações. Dentre as exportações, os destaques, segundo a pesquisadora foram agricultura, petróleo e gás, indústria automotiva e máquinas e equipamentos.
São justamente os destaques que tivemos na produção, salientou.
Fonte: G1