Expectativa de mais subsídio acirra disputa no seguro rural
O Valor Econômico relata que a intenção da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, de destinar R$ 1 bilhão em subsídios para o seguro rural, mais que o dobro do volume atual, trouxe otimismo às seguradoras. Num movimento para ganhar mercado, há desde empresas que lançaram a modalidade até aquelas que decidiram ampliar o número de culturas atendidas, assim como passar a cobrir o risco financeiro do produtor, além de eventos climáticos.
O governo quer reduzir o crédito subsidiado e o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que, nesse contexto, o mercado precisa estar preparado para oferecer o seguro rural. Assim, os bancos privados ficam mais confortáveis em liberar os empréstimos. “O produto depende de um programa de subsídio mais robusto e de previsibilidade para deslanchar”, diz Paulo Hora, superintendente-executivo de seguros rurais da BrasilSeg. Para este ano, a BrasilSeg espera um crescimento de 11% dos prêmios emitidos na carteira de seguro rural.
De acordo com Gabriel Lemos, diretor de seguro rural da Swiss Re, embora o mercado tenha crescido de quatro para 12 concorrentes desde 2006, hoje as apólices ainda estão muito concentradas nos estados da região Sul. “Com mais subsídios, teríamos maior presença no Centro-Oeste, Norte e Nordeste, regiões carentes de seguros.”
A japonesa Sompo contratou no ano passado uma equipe de quatro agrônomos para iniciar um projeto-piloto e neste ano lançou oficialmente o produto. A estimativa da empresa é alcançar R$ 6 milhões em prêmios emitidos neste ano, e R$ 100 milhões em 2023.
Já a Tokio Marine ampliou a cobertura para mais de 70 culturas e para todo o país. Por ora, há um limite máximo de indenização de R$ 3,5 milhões por propriedade. “Com isso, conseguimos distribuir o risco de eventos climáticos”, diz Joaquim Neto, gerente de produtos. A Tokio testou o produto por dois anos e meio e, em 2019, pretende crescer 150%, para R$ 20 milhões em prêmios emitidos.
A Essor cresceu vendendo apólices para os produtores de frutas da região Sul, mas tem avançado em grãos e cevada, atendendo hoje mais de 50 culturas. Até agora exposta a eventos climáticos, a empresa planeja incluir a proteção para riscos financeiros no rol de produtos, algo que poucas concorrentes têm. “Esse seguro combinaria prejuízo decorrente de evento climático com o prejuízo financeiro, como por exemplo a desvalorização do preço internacional da soja”, diz Leandro Poli, diretor técnico da Essor.
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