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Executivos voltam às corporações

Pelo contrário, o recorde de IPOs (da sigla em inglês oferta pública inicial), registrado no último ano, provocou um aquecimento na economia que ainda hoje movimenta o alto escalão. Como não há talentos disponíveis para todas as novas oportunidades, o aumento da demanda está trazendo de volta à cena profissionais de peso que haviam deixado o mundo corporativo para tocar projetos pessoais.
Atraídos por altos salários, bônus agressivos e a oportunidade de abraçar novos desafios – sobretudo com a entrada de investidores estrangeiros no país -, muitos profissionais vêem a chance de reconquistar o status, poder e o glamour da vida executiva, além de ter os holofotes em sua direção de novo.
“É mais comum do que se imagina encontrar executivos que sofrem quando estão fora do mercado”, analisa José Augusto, consultor da DBM, empresa que atua nas áreas de recolocação de executivos e transição de carreira. “E só reconhecem seu sucesso quando encontram platéia. Ou seja, se há pessoas em volta para testemunhar o que estão fazendo”, afirma.
Foi o caso do ex-presidente da Microsoft, Mauro Muratório Not, 48 anos, que em setembro do ano passado assumiu o comando do grupo TBA, após se dedicar a negócios próprios no setor de agronegócios nos últimos quatro anos. Aceitou o convite de Cristina Boner, fundadora do grupo TBA, sem hesitar. Seus olhos brilharam ao se deparar com a chance de dar um rumo diferente à vida sossegada que vinha levando. “Já estava cansado do silêncio do campo”, diz. Não era de se estranhar. Veterano do mercado de tecnologia da informação (TI), ele começou a trabalhar desde cedo.
Aos 15 anos, ingressou na Sharp, época em que a companhia era controlada por seu tio. Em 1985 mudou-se para Seatlle, nos Estados Unidos, e foi arriscar seu futuro na Microsoft que, até então, era considerada apenas um negócio promissor. Ficou 18 anos teve uma trajetória de sucesso e chegou ao topo. Acostumou-se à rotina frenética e alucinante do ambiente executivo, muito embora sempre tenha relutado em ficar longos períodos fora do Brasil. “Nunca quis fazer carreira internacional”, afirma.
Fator que acabou motivando sua saída da organização em março de 2003, quando completava dois anos no cargo de diretor de estratégia para América Latina. Seu dia-a-dia incluía gastar muito tempo com inúmeras visitas às subsidiárias na região. Foi no momento em que se desligou da gigante de software que resolveu criar quatro empresas próprias.
“Mas sempre fui dinâmico e acho que tenho muito o que contribuir”, afirma Not. Com sua volta ao mercado, terá pela frente um prato cheio. Sua contratação faz parte da estratégia do grupo TBA para arrumar a casa rumo a uma nova fase que se aproxima, que inclui a abertura de capital e a expansão para fora do país.
Para Flávio Kominsky, sócio da Korn/Ferry, consultoria que atua na contratação de altos executivos, o “regresso” de profissionais seniores deve se intensificar com a entrada de fundos de private equity no Brasil. “Eles buscam executivos experientes para tocar seus projetos no país”, diz.
“Além disso, o mercado aquecido provocou uma falta de talentos, por isso eles vão buscar quem estava fora do mercado”, diz. Como contrapartida, Kominsky destaca a remuneração que pode ser bem acima do que eles obtinham em seus negócios. “Alguns entram nos projetos com participação nos lucros ou em ações”.

Fonte: Valor

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