Executivos mudam de área para aproveitar a bola da vez do Brasil
Com a realização de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada em 2016 no Brasil, a profissionalização do setor esportivo deixou de ser uma tendência para se transformar em um movimento acelerado.
O aquecimento da área está criando oportunidades em clubes, confederações e empresas patrocinadoras. Consequentemente, atrai profissionais com carreiras que até então passavam longe dos estádios, dispostos a entrar em um mercado novo e que, muitas vezes, representa uma grande paixão.
Sérgio Friedheim já havia sido diretor de cinco diferentes áreas na Motorola quando recebeu a oferta para assumir a gerência de marketing de artigos esportivos da Alpargatas. A decisão não foi fácil, mas o executivo viu na proposta uma oportunidade única. “Saí da minha zona de conforto e achei o desafio muito estimulante”, diz. Em setembro do ano passado, deixou a diretoria de retail e trade marketing para a América Latina e uma carreira de 14 anos na área de telecomunicações para cuidar das marcas Topper, Rainha e Mizuno na nova empresa.
A equipe de Friedheim, que dobrou de tamanho para 13 pessoas desde que ele entrou, tem a missão de aumentar o espaço das três marcas, já tradicionais no esporte brasileiro. “Queremos fortalecer a Topper no futebol, relançar a Rainha e entrar com a Mizuno em outros esportes”, explica. Atualmente, a Topper patrocina os times do Grêmio, do Atlético Mineiro, a Federação Paulista de Futebol e a Confederação Brasileira de Rugby, além de ter fechado recentemente com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.
Ainda que os fundamentos do marketing sejam os mesmos, Friedheim diz que cada área tem suas particularidades e que atuar em um segmento novo faz com que ele aprenda mais a cada dia.
A principal diferença, de acordo com o gerente, é lidar com a paixão do consumidor. “A relação com o cliente é muito mais emocional do que no caso de outros produtos”. Esse fator também contribuiu para sua decisão de apostar na nova área. Friedheim, que é corredor e nadador, conta que recebe críticas amigáveis dos colegas por ser o único corintiano da equipe, mas que está satisfeito por lidar com um assunto que desperta reações calorosas dos consumidores. “É muito gratificante trabalhar com marcas que trazem alegria para as pessoas, que criam momentos positivos”, ressalta.
O carioca Vinicius Costa também deixou uma carreira de mais de uma década em uma multinacional para apostar no setor esportivo. “Vi a posição de gestor de esporte como carreira do futuro e resolvi investir”, explica. De formação técnica, ele entrou na Siemens como estagiário. Em onze anos, formou-se engenheiro de telecomunicações e passou a ser o responsável pela área de assistência técnica de equipamentos hospitalares para a América Latina.
Fonte: Valor