Estudo apresenta novo retrato do setor de planos e seguros saúde
A empresa Capitolio Consulting (www.capitolio.com.br) concluiu recentemente quarta edição do relatório que examina, todos os anos, a situação econômico-financeira das operadoras de planos de saúde, feito agora a partir de mais de 1.000 balanços relativos aos exercícios de 2004 e 2005.
O estudo analisa as operadoras agrupadas de acordo com o porte (pequenas as com até 20.000 usuários, médias as que têm entre 20.000 e 100.000 usuários e as grandes, acima de 100.000 usuários) e com a modalidade de operação (medicina de grupo, odontologia de grupo, cooperativa médica, autogestão, cooperativa odontológica, filantropia e seguradora especializada).
Um dos grandes diferenciais deste estudo foi excluir dados que se mostraram inconsistentes, expurgando números visivelmente equivocados e que distorcem os resultados das amostras, como por exemplo, 162 operadoras com faturamento anual em contraprestações efetivas inferior a R$ 120.000,00 (R$ 10.000,00 por mês em média), dada sua inexpressividade para efeito das análises em geral.
As análises foram feitas com base em 15 diferentes indicadores, quais sejam: Eficiência Administrativa; Eficiência Comercial; Endividamento Não Operacional; Grau de Capitalização; Imobilização; Liquidez; Preço Médio Mensal Per Capita; Provisões Técnicas; Rentabilidade Patrimonial; Sinistralidade; Solvência Simplificada; Variação das Contraprestações Totais; Variação do Ativo Total; Variação do Patrimônio Líquido; e Variação do Resultado Operacional.
Alguns pontos destacados do estudo são:
ü em março de 2006 havia 2.090 operadoras/seguradoras especializadas ?ativas? registradas na ANS;
ü segundo dados da ANS, em 2005 o número médio mensal total de beneficiários informados pelas operadoras foi de 41.036.079;
ü até dezembro de 2005 o setor havia faturado aproximadamente R$ 33,8 bilhões em mensalidades dos planos/seguros, ou contraprestações efetivas/prêmios ganhos (demonstrações financeiras 2005, relativas a 1.017 operadoras/seguradoras especializadas);
ü na mesma ocasião, o ativo total do setor situava-se ao redor dos R$ 20,2 bilhões (demonstrações financeiras de 2005, relativas a 1.017 operadoras/seguradoras especializadas);
ü as provisões técnicas alcançavam a cifra de R$ 1,9 bilhão (demonstrações financeiras de 2005, relativas a 970 operadoras/seguradoras especializadas);
ü o patrimônio líquido ou social do conjunto das operadoras era de R$ 8,1 bilhões, considerando que 66 operadoras apontaram ?patrimônio líquido negativo?, ou ?passivo a descoberto? (demonstrações financeiras de 2005, relativas a 1.017 operadoras/seguradoras especializadas);
ü os gastos com eventos indenizados/sinistros em 2005 ficaram ao redor de R$ 27,3 bilhões (demonstrações financeiras de 2005, relativas a 1.002 operadoras/seguradoras especializadas);
ü o resultado líquido consolidado ficou em R$ 672,2 milhões naquele mesmo ano, sendo que 255 operadoras registraram ?prejuízo? ao final de 2005 (demonstrações financeiras de 2005, relativas a 1.009 operadoras/seguradoras especializadas).
Além desses, o estudo também revelou os seguintes aspectos a respeito da situação geral das operadoras analisadas:
ü o setor vem registrando crescimento real desde 2002, em termos de ?ativo total?, muito embora 14,4% das operadoras tenham apontado variação negativa entre 2004/2005;
ü 30,2% das operadoras apontaram involução no total dos seus patrimônios líquidos, entre 2004/2005;
ü muito embora a liquidez média do setor, em 2005, fosse bastante confortável (2,0 ? já que o mínimo é ?1?), havia 227 operadoras (23%) com índices inferiores a ?1?, ou seja, ilíquidas;
ü metade das operadoras têm índices de solvência adequados e a outra metade não;
ü 14,8% das operadoras analisadas tiveram perdas na arrecadação de contraprestações, entre 2004 e 2005;
ü no geral a sinistralidade média do setor esteve adequada em 2005, em torno dos 69,8% – o limite recomendado é de até 75% -, porém 40,5% das operadoras registraram sinistralidade acima desse limite. Os grupamentos das odontologias de grupo, das cooperativas odontológicas e das medicina de grupo revelaram níveis médios de sinistralidade confortáveis em 2005. 404 (39,8%) operadoras, da amostra de 1.017, registraram sinistralidade comprometida, acima de 75%;
ü há uma grande concentração do faturamento do setor nas grandes operadoras, na medida em que as 10 maiores, juntas, ficaram com cerca de 35% de toda a receita de planos de 2005. As operadoras de medicina de grupo, as cooperativas médicas e as seguradoras, juntas, responderam por mais de 92% do faturamento do setor em 2005;
ü no geral as operadoras tiveram aumentos reais significativos em seus faturamentos em 2005. No entanto mais de 19% das pequenas tiveram perdas reais de receita com a venda de planos, sendo que o faturamento do setor como um todo cresceu cerca de 15% em 2005, acima da inflação no período;
ü 66 operadoras, da amostra de 1.009, registraram ?passivo a descoberto? em 2005. 56 operadoras de ?pequeno porte? registraram patrimônio líquido negativo em 2005, estando assim passíveis de liquidação extrajudicial. O setor como um todo revelou crescimento médio do PL consolidado acima de 11%, afora os grupamentos das odontologias de grupo e autogestões, que registraram decréscimo entre 2004 e 2005;
ü muito embora o setor revele índices médios de liquidez confortáveis, mais de 23% das operadoras analisadas apontaram situação de ?iliquidez? (abaixo de ?1?). 58% das filantrópicas se mostraram ?ilíquidas? em 2005;
ü no geral o setor vem trabalhando bastante ?alavancado? em termos de solvência, muito acima do limite recomendável de ?6?. 47% das operadoras acusaram solvência acima desse limite em 2005, assim como mais da metade das medicinas de grupo, cooperativas odontológicas e médicas;
ü mais de 22% das operadoras da amostra registraram rentabilidade patrimonial negativa ou inferior à inflação no período (IGPM = 1,2008%). As odontologias de grupo obtiveram a melhor rentabilidade patrimonial média em 2005, enquanto que as filantrópicas a pior
ü as seguradoras são as que mais investem em despesas comerciais (principalmente com corretores de seguros), enquanto que as cooperativas médicas são as que menos investem nesse quesito;
ü as seguradoras revelaram o menor e melhor índice médio de eficiência administrativa em 2005;
ü mais de 25% das operadoras registraram prejuízo em 2005;
ü o maior preço médio mensal em 2005 foi o das seguradoras de saúde e os menores o das odontologias de grupo e das cooperativas odontológicas;[1]
ü em 2005 a ANS interveio em 84 operadoras.
Mais informações a respeito do trabalho podem ser solicitadas através do e-mail capitolio@capitolio.com.br ou da central (61) 3327-2970.
Fonte: Revista Cobertura