Especialistas ensinam a se preparar
Manter as contas em dia exige planejamento familiar e a capacidade de prever qual será o impacto dos impostos nas finanças. Os especialistas ensinam algumas estratégias para se preparar para os gastos extras do início do ano. Deixar de pagar alguma dívida, orientam, pode sair muito caro. É o caso do seguro do carro, algo que não costuma ser prioridade. Não quitar a parcela da proteção, no entanto, pode fazer com que o gasto seja bem maior em caso de dano, roubo ou acidente envolvendo o veículo. Empréstimos com juros altos também devem ser quitados, sob pena de o débito disparar.
A economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti, ressalta que uma boa estratégia é poupar dinheiro ao longo do ano. “Todo mês de janeiro, as pessoas ficam apertadas. Mas isso é por conta da falta de planejamento. Se eu sei que em janeiro vou gastar R$ 500 a mais com custos extras, posso poupar R$ 50 por mês durante o ano. Quando chegar no período eu vou ter o dinheiro que preciso e não vou comprometer o orçamento da família”, orienta. “As famílias costumam se programar para o Natal, mas acabam se esquecendo de janeiro, quando a preocupação não é com o que comprar, mas sim em como pagar”, alerta.
Os especialistas recomendam poupar a partir do mês de março, quando as principais dívidas foram sanadas, o material escolar já foi comprado e é possível fazer um balanço do impacto dos impostos. Colocar o dinheiro em uma poupança ou aplicação assegura rendimento e evita a tentação de gastá-lo. Evitar adquirir produtos dispensáveis é outra dica importante. A família toda deve ser informada e colaborar para os planos de economizar.
Vilão
O cartão de crédito é o grande vilão do endividamento. Ao pensar no limite do cartão e em quanto vai gastar, as pessoas não contabilizam os juros, que passam de 480% ao ano no rotativo. Por isso, a dica é evitar ao máximo usá-lo, sobretudo a prazo. Se for inevitável, esteja preparado para pagar em dia. Os juros bancários cobrados no cheque especial também são absurdos e passam de 320% ao ano. O limite não deve ser considerado parte da receita.
Outra recomendação é evitar períodos de pico para compra de material escolar. No início do ano, os produtos ficam mais caros. O consumidor deve tentar comprar antes ou depois para conseguir o melhor preço. Assim é possível poupar dinheiro para as outras despesas. O ideal, no caso do material escolar, é comprar ao longo do ano anterior e aproveitar a falta de urgência para pesquisar muito. As escolas podem adiantar a lista caso os pais solicitem. Optar por compras à vista pode garantir bons descontos.
Na opinião do economista Rogério Olegário, da Libratta Finanças Pessoais, hábitos comuns e errados das famílias são gastar mais do que ganham e comprar coisas supérfluas. Por conta disso, as dívidas se acumulam aos impostos e inviabilizam o orçamento. “O endividamento se repete todos os anos e não registra queda. Isso ocorre porque falta educação financeira. Saber como cuidar do dinheiro é de extrema importância”, defende. (RS)
Fonte: Correio Brasiliense