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Empréstimo on-line atrai pessoas físicas e PMEs

Captar empréstimos com juros inferiores aos de mercado e prazos mais atrativos é o sonho de muitas pessoas e pequenas empresas. Mas, na prática, esta alternativa não está ao alcance de qualquer um. As fintechs que atuam no ramo de empréstimos on-line oferecem plataformas inovadoras e agilidade nas operações. Porém, a análise de crédito envolve uma série de quesitos, que uma vez transformados em algoritmos, se revelam impeditivos àqueles que simplesmente buscam recursos urgentes para saldar um compromisso.

Criada em 2015 com inspiração em modelos semelhantes nos Estados Unidos e na Inglaterra, a Geru oferece empréstimos entre R$ 2 mil e R$ 35 mil, com prazos a partir de 12 meses até 36 meses, para pessoas físicas com bom histórico de crédito. “São pessoas com 25 a 45 anos, 70% com nível superior, que buscam dinheiro para quitar uma dívida. Aprovamos apenas 10% dos pedidos”, afirma Sandro Reis, fundador da Geru.

Os juros ofertados pela Geru ficam na faixa entre 25% e 80% ao ano, conforme o caso, ainda inferiores à média dos cobrados no sistema financeiro tradicional, que estão hoje na faixa de 71,15% (bancos), 160,05% (financeiras) e 453,74% (cartões de crédito), de acordo com números de dezembro divulgados pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). “A diferença é que não exigimos garantias”, diz Reis. Aprovado o empréstimo, o valor é depositado no dia seguinte na conta.

No caso da Geru, como de outras fintechs, as taxas mais reduzidas devem-se principalmente às estruturas enxutas das empresas. No caso da Geru, são 50 funcionários, a maioria dedicada à TI, já que a aprovação do crédito, que normalmente dura menos que cinco minutos, é feita por uma combinação de algoritmos, que checam desde o histórico bancário do solicitante como seu padrão de vida e capacidade para saldar a dívida. A remuneração é por meio de uma taxa de 5% sobre o crédito liberado e pelas operações feitas em conjunto com a instituição financeira parceira, no caso o Andbnk, de Andorra. Sem revelar valores operacionais ou nomes, Reis diz que já recebeu aportes de fundos ligados a family offices.

Entre as fintetchs, a cautela é vista como prioridade. O cuidado se deve à experiência negativa protagonizada anos atrás pela Fairplace, que foi investigada pelo Ministério Público Federal, a pedido do Banco Central e da CVM, por suspostamente estar burlando a regulamentação, que obriga a presença de uma instituição financeira no negócio.

Com uma proposta de atuar junto a pequenos empreendedores e investidores interessados em financiar tais projetos, a Biva (sigla para Bancando Ideias, Valores e Ações) desenvolveu uma plataforma colaborativa que já transacionou cerca de R$ 16 milhões, desde maio de 2015. “Temos R$ 12 milhões em carteira, à espera de investidores. Crescemos 20% ao mês”, afirma Jorge Vargas, co-fundador da Biva.

A taxa de juros mensal está entre 1,7% e 4%, com prazos a partir de seis até 24 meses. A plataforma funciona em duas pontas: uma vez aprovada análise de crédito, empresas e empreendedores apresentam seus portfólios em busca de recursos, que podem variar de R$ 3 mil até mais de R$ 100 mil. Na outra ponta, estão cadastrados investidores, que analisam os portfolios das empresas e decidem se vão ou não oferecer recursos para o projeto, que pode ser desde uma ampliação de instalações ou simplesmente capital de giro. As operações contam com a presença financeira Sorocred, parceira da Biva. Hoje, a Biva possui cerca de 100 mil solicitantes de crédito e 10 mil investidores. O tíquete médio, diz Vargas, é de R$3,8 mil. O modelo despertou a atenção de grandes investidores, como David Veléz (fundador do Nubank), que aportou R$ 250 mil na fase inicial, e a gestora Kaszek Ventures, que entrou com R$ 1 milhão. No primeiro trimestre, a Biva vai entrar na modalidade de financiamento estudantil, buscando atingir os jovens que não conseguiram financiamento no Fies. Na primeira etapa, quer atingir dois mil estudantes.

Voltada especificamente para empresas de perfil médio (com faturamento anual acima de R$ 10 milhões), a plataforma F(x) foi desenvolvida pelo gestor Dan Cohen (ex- Hedging Griffo), que criou o conceito pregão de exclusividade digital. “A plataforma já fechou cerca de R$ 100 milhões em crédito”, diz Cohen. Pelo modelo, empresas interessadas e potenciais financiadores se “conhecem” pelo pregão e a partir daí avançam para fechar o negócio. Segundo Cohen, as necessidades vão desde capital de giro até compra de carteira de lotes imobiliários. “O importante é ter ativos de qualidade”, afirma.

Fonte: Valor

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